quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

LAM relança voos Lisboa - Maputo




POR: Domingos Mossela, da AIM, em Lisboa


A empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) vai procurar colocar no mercado um serviço que seja 'bom' e que responda as expectativas dos seus clientes, de modo a que possa alcançar os níveis de rentabilidade esperados.

Quem assim o disse foi o director Comercial da LAM, Adérito Macaba, falando à jornalistas esta Terça-feira, na capital portuguesa, na cerimónia de apresentação oficial do reinício dos voos ligando as cidades de Lisboa e Maputo, a partir do dia 2 de Abril próximo, em avião Boeing B767-300 ER.

Adérito Macaba respondia a uma pergunta da AIM, em Lisboa, sobre os segredos na manga da companhia para fazer face ao crescente custo do petróleo no mercado internacional, uma vez que o factor combustível constitui uma componente principal na aviação.

A cerimónia, que decorreu num dos melhores hoteis do centro de Lisboa, contou com a presença do embaixador de Moçambique em Portugal, Miguel Mkaima, de diversos empresários, incluindo parceiros da LAM, alguns membros da comunidade moçambicana radicados em Portugal, amigos de Moçambique, entre outros.

A rota terá uma frequência de dois voos por semana, numa perspectiva de crescimento sustentáveil. Actualmente, a LAM tem comercializado as ligações entre as duas cidades em voos da TAP (Transportadora Aérea Portuguesa), através de code-share.

A aposta do reinício dos voos intercontinental coincide com o memento em que os preços do petróleo no mercado internacional atingem máximos, agravado pela instabilidade política em alguns países produtores do chamado 'ouro negro', como é o caso da Líbia.

Por exemplo, esta Terça~feira, os preços do petróleo atenuavam as subidas da sessão anterior, depois de terem atingido máximos de mais de dois anos nos EUA.

O barril do crude subia 5,6 por cento para 91,03 dólares em Nova Iorque, depois de já ter estado a disparar 9,6 por cento para 94,49 dólares durante a amanhã, a cotação mais alta desde Outubro de 2008 e a maior subida em quase dois anos. Já o barril de 'brent' avançava 0,77 por cento para 106,55 dólares em Londres, depois de já ter estado a negociar nos 108,57 dólares.

Mas Adérito Macaba desdramatizou a situação, sublinhando que
em alguns casos, 'é nos tempos de crise que nós temos que saber reinventar'.

'Olhando para aquilo que é o factor combustível e nós sabemos que essa é uma componente principal na aviação e algo que afecta a qualquer operador aéreo, o que interessa é que consigamos colocar no mercado um serviço que seja bom e que responda aquilo que de momento são as expectativas dos nossos clientes', disse Macaba.

'Acreditamos que o mercado entre Moçambique e Portugal tem um grande potencial. É um mercado que cresceu bastante nos últimos anos e que nós julgamos que vale a pena ser bem e melhor servido', razão do reinicio dos voos, acrescentou o director Comercial da LAM, em representação do Presidente do Conselho de Administração da empresa Pública, José Viegas.

O director Comercial da companhia aéra moçambicana reafirmou que o crescimento do mercado reflecte-se naquilo que são os projectos em implementação em Moçambique e que resultam, naturalmente, dos investimentos que estão acontecendo na área de negócios.

Moçambique é um que nos últimos anos tem registado elevados índices de crescimento, tornando-se num polo de atracção na região da África Austral. Em 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 6,2 por cento, segundo estatísticas.

'Consideramos que o actual bom ambiente de negócios em Moçambique e as excelentes potencialidades turísticas, aliadas a melhoria substancial que se verifica na qualidade das infraestruturas de acolhimento e de suporte aos turistas são uma excelente oportunidade para dinamização de um maior fluxo de visitantes ao nosso país', disse ele.

Na óptica de Macaba, o reinício dos voos intercontinentais ligando as cidades de Maputo e Lisboa marca uma nova etapa de internacionalização da LAM, que a nível Regional (SADC) tem uma participação significativa, com os voos para Joanesburgo (Áfriva do Sul), Luanda (Angola), Dea-es-Salam (Tanzania) e Nairobi (Quénia).

Recentemente, a LAM rubricou um acordo com a South African Airways (SAA) para a realização de um code-share que acrescentará duas frequências diárias aos três voos diários que a companhia aérea moçambicana tem entre Maputo e Joanesburgo.

LAM promete focalizar as suas atenções na melhoria do atendimento em terra, na elevação do serviço a bordo, na resolução atempada dos problemas que são colocados, na fidelização dos clientes através do Clube de Passageiro frequente, na criação de soluções inovadoras e desenvolvimento de produtos e serviços de viagens a um custo mais acessível.

A companhia pretende estar na vanguarda da indústria aeronáutica crescendo de forma segura e sustentável, daí que espera aumentar a oferta de médio curso, desenvolver ainda mais a rede Regional, com a abertura de pelo menos dois novos destinos, alargar a rede Intercontinental e potenciar novos negócios no sector e desenvolver parcerias que tragam mais valias não só para a LAM, mas também para os parceiros e clientes.

Por seu turno, o embaixador de Moçambique em Portugal, Miguel Mkaima, visivelmente emocionado, referiu que o reinício dos voos da LAM na rota Maputo-Lisboa vem associar-se a um conjunto de medidas levadas a cabo pelo Governo moçambicano para melhoria das condições de vida dos moçambicanos e dos seus visitates.

A comunidade moçambicana em Portugal vinha reclamando a necessidade da reitrodução dos voos da LAM entre as duas capitais.

Os vooos 'tornam Portugal e Moçambique ainda muito mais próximos um do outro, partindo do princípio de que Portugal, como parceiro estratégico, é porta de entrada para Europa', disse o embaixador.

'Moçambique é um país estável e em franco crescimento, onde florescem inúmeras oportunidades de negócios', recordou Mkaima.