sábado, 30 de maio de 2009

Paulo Portas em Nelas

«Já me declararam morto e enterrado,
mas ainda cá estou»
Vitor Constâncio, Jaime Silva e José Sócrates foram os alvos dos ataques de Nuno Melo e Paulo Portas em jantar comício
Sala cheia em Nelas para aquele que é o primeiro jantar desde o arranque oficial da campanha. Cerca de 200 pessoas vindas não só de Nelas, mas de toda a região das beiras, reuniram-se para ouvir Nuno Melo e Paulo Portas neste que foi uma espécie de resumo das intervenções da semana. Ambos falaram da crise, de reformas e subsídios, do BPN com ataque forte a Vitor Constâncio e ao PS, de Agricultura com um ataque porventura ainda mais cerrado a Jaime Silva, de Justiça, Educação, do primeiro-ministro e de sondagens.


«A crise é internacional, mas nem todos os países da UE reagem da mesma forma. E no fundo da tabela está o nosso país. Se isso acontece não é culpa dos trabalhadores, dos empresários, dos estudantes, é por culpa do Governo, do mau Governo. Por culpa de um Governo socialista que funciona cá como crise em cima da crise», disse Nuno Melo.

O cabeça de lista dos CDS recordou que Sócrates conseguiu a primeira maioria absoluta do PS «e agora, de peito feito, ainda se apresenta perante nós como representante de um Estado que não é pessoa de bem. Na propaganda o engenheiro Sócrates é bom. Agora menos, espero», continuou, recebendo dos apoiantes um forte aplauso.

«Estado é cego nos impostos»
Nuno Melo voltou a afirmar que o Estado «não deve ser cego nos impostos». «Não protege quem tem mais filhos. Mas para o rendimento mínimo garantido, já conta o número de filhos. E há muitos que não trabalham porque não querem. E porque é que não conta para quem está no desemprego, recebe subsídio, mas quer trabalhar? E quando marido e mulher estão no desemprego, por que é que não têm maior protecção do Estado», questionou Nuno Melo.
«A prioridade do Estado deve ir para quem trabalha, para quem trabalha e estuda, ou quem está desempregado e quer trabalhar, ou para as empresas que geram riqueza. Só no BPN investiu-se mais do que em 500 mil empresas que geram riqueza».

Jaime Silva, «a infelicidade» dos agricultores
«Quem vive da agricultura tem hoje uma infelicidade, chama-se Jaime Silva. Uns dizem que é ministro, mas os agricultores dizem que é o presidente da comissão liquidatária da agricultura em Portugal», disse Nuno Melo, que chamou «incompetente» a Jaime Silva «porque devolveu a Bruxelas milhões de euros em fundos. Estamos ricos, já se vê», ironizou.

Nova alusão ao caso BPN: «Houve pessoas que trabalharam uma vida inteira e meteram o dinheiro numa instituição que dizia banco e confiaram porque acharam que não iam ser roubados e tinham a protecção do Banco de Portugal. Hoje querem o seu dinheiro e não o têm», afirmou Nuno Melo.

Aliás, o deputado afirmou que «na rua, as pessoas fazem a ligação do CDS à comissão de inquérito ao BPN» e reconhecem o trabalho que tem sido feito.

«A isenção dos deputados do PS terminou no dia em que o CDS quis exigir responsabilidades de Vitor Constâncio e do Banco de Portugal», afirmou Nuno Melo sobre o facto de ter sido escolhido o dia 8 de Junho, o dia seguinte às eleições para a audição a Vitor Constâncio. Mas garante que «nem que seja sem dormir, nem que os festejos durem até muito tarde, lá estaremos com os documentos».

«Já dei para esse peditório
Sobre as sondagens, Nuno Melo e Paulo Portas são unânimes em desvalorizar os maus resultados. «Não houve uma única eleição em que eu tivesse participado em que as sondagens não tivessem apresentado para o CDS piores resultados do que os votos em urna. O CDS vai ter um grande resultado. Não desanimem. Peçam às pessoas que vão às urnas», pediu Nuno Melo.

Já Paulo Portas foi mais longe. «Já me declararam morto, enterrado com base em sondagens e eu ainda cá estou, diz Paulo Portas. Eu para esse peditório já dei. E eu ando na rua, não é como outros que andam com seguranças e rodeados de camaradas. Fazem discursos ao minuto com lugares contados, para ver se nada corre mal».
in Portugal Diário IOL

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