Nos próximos dias 12, 13 e 14 de Março de 2010 a Casa da Cultura de Santa Comba Dão vai acolher o 1º Festival de Clarinetes do Dão do Conservatório de Música e Artes do Dão.
O Maestro Sérgio Neves, clarinetista e produtor do evento esteve à conversa com a Mariana Cardoso, e aqui reproduzimos a entrevista:
Como surgiu a ideia de organizar um Festival de Clarinetes no Conservatório de Musica e Artes do Dão?
Enquanto aluno, fui incentivado durante todo o meu percurso académico a participar em workshops com os mais diversos professores. Nos finais da década de 90 e início do século, Portugal organizou através da associação portuguesa de clarinetes diversos congressos/festivais. Estas iniciativas, permitiram o emergir de vários clarinetistas portugueses e a socialização e transmissão de conhecimentos com os melhores clarinetistas Mundiais. No ano passado, após candidatura portuguesa para a organização do Congresso Mundial de Clarinetes, presidida pelo Prof. Carlos Marques, Portugal recebeu pela primeira vez o ClarinetFest (I.C.A.), o que permitiu deslumbrar concertos memoráveis pelos grandes nomes mundiais e Portugueses durante uma semana intensa.
Com a excepção do Encontro Internacional de Clarinetes de Lisboa, não temos mais nenhum evento dedicado ao clarinete em todo o país. A ideia deste festival surgiu com a necessidade de colmatar uma lacuna do ensino, uma vez que, o sucesso educativo não depende apenas do aluno mas, do resultado de um intercâmbio dinâmico e activo com o ambiente que o rodeia.
Quais os objectivos que se pretendem alcançar com a realização deste Festival quer a nível dos alunos do Conservatório quer, de uma forma mais abrangente, a nível do cenário artístico nacional?
Portugal sofre de um défice de actividades culturais fora dos grandes centros urbanos. Muito se deve, nas últimas décadas, às associações sem fins lucrativos que tiveram e têm um papel preponderante na dinamização da cultura junto dos mais jovens. Recentemente, devido à mudança das políticas na educação artística, nomeadamente da música, todo o país pode usufruir de uma crescente actividade musical nas escolas primárias e conservatórios de música apoiados pelo Ministério da Educação.
O sucesso educativo não depende apenas do aluno mas de todo o meio envolvente. O objectivo deste festival é contagiar os alunos com o espírito lutador e triunfante dos professores, clarinetistas e músicos que estarão presentes durante esta iniciativa. Independentemente da profissão que os alunos vierem a seguir, este é o lema que a escola lhes quer transmitir. O festival vem ajudar a reforçar esta mensagem e proporcionar, não só aos alunos de clarinete, mas a toda a comunidade escolar, musical e cultural de Santa Comba Dão, a vivência artística durante um fim-de-semana de actividades com grandes artística do panorama nacional.
O que diria aos clarinetistas que querem se inscrever no Festival de Clarinetes do Dão e ao público que gostaria de assistir aos concertos agendados?
Em relação aos clarinetistas, aproveitem ao máximo todas as actividades que preparamos, desde as aulas individuais, palestra, seminário, concertos e a feira musical. Esta feira contará com a participação de empresas portuguesas e estrangeiras no Sábado, 13 de Março, das 14h30 até às 21h. Aqui poderão encontrar partituras, Cd’s, material musical de sopros/percussão e instrumentos para experimentar e comprar. Estarão presentes a Buffet, Rico, Companhia de Sopros e Edições Convite à Música.
Em relação ao público, gostaria de salientar que os concertos que estão agendados são de referência nacional. Espero que este festival possa ser acarinhado e bem recebido por todos, pois o grande objectivo é proporcionar um fim-de-semana inesquecível. As obras foram escolhidas tendo em atenção o público onde nos inserimos, é um programa bastante interessante para melómanos e público geral.
Pode destacar da programação apresentada aqueles que, a seu ver serão os pontos altos do Festival?
O festival tem uma duração reduzida, foi pensado ao pormenor para acrescentar algo de novo. Nenhuma actividade é inferior a outra, mas o ponto alto são sem dúvida os concertos com o Ensemble Sinfónico de Lisboa, o Clarinetista João Moreira e a pianista Joana David.
O evento conta com alguns nomes bem conhecidos da comunidade musical. O que dizer sobre os músicos convidados para o Festival?
O concerto no dia 12 de Março (Sexta-feira às 19h30), com o professor João Moreira e Joana David, será memorável. Estes dois jovens músicos têm uma carreira musical bastante extensa, repleta de sucessos em concursos nacionais e Internacionais, passagens a solo por orquestras Portuguesas e grandes palcos Europeus.
O Ensemble Sinfónico de Lisboa, no dia 13 de Março (Sábado às 21h), fará a sua estreia absoluta em Santa Comba Dão, o que para nós é um orgulho e nos cria muita expectativa. Esta formação junta alguns dos melhores jovens músicos liderado pelo Maestro Samuel Pascoal, bastante conhecido enquanto compositor, que faz neste festival o seu debut enquanto maestro. Apresentarão obras de Malher, Debussy e Ravel. O Ensemble é constituído por cantor (Barítono), Violinos, Viola, Violoncelo, Contrabaixo, Piano, Harpa, Oboé, Flauta, Clarinete, Fagote, Trompete e Trompa.
Para além das apresentações musicais, a programação prevê vários outros eventos. Qual a importância destas actividades no Festival?
Aquando a programação do festival, pensámos que seria bastante interessante criar uma actividade que pudesse envolver o máximo de alunos e associações musicais. Para isso criámos várias actividades diversificadas, workshop dedicado aos alunos do ensino superior, conservatórios e escolas oficiais de música; Atelier Musical dedicado aos alunos de filarmónicas e autodidactas; Oficina Musical dedicada aos alunos de iniciação ao clarinete; Palestra “O Clarinete” com Dr. Alexandre Andrade e Dr.ª Isabel Tavares; seminário “Manutenção” com Luthier Rui Silva e Feira de instrumentos sopros/percussão, com o objectivo de proporcionar a alunos e Filarmónicas a possibilidade de conhecerem, experimentar e adquirir material musical com o aconselhamento de especialistas.
Como você avalia a receptividade e o desenvolvimento do evento até agora?
A receptividade ao evento tem sido muito positiva, principalmente para o Workshop, Atelier Musical e Oficina de Música. Em relação aos concertos, a adesão tem sido lenta, acredito que até ao início do primeiro espectáculo conseguiremos mostrar Santa Comba Dão no seu máximo esplendor.
Temos consciência que os hábitos de consumo musical actual são um pouco diferentes do programa que apresentamos. Demorará alguns anos até que concertos como os que propomos façam parte da agenda regular de qualquer família e que se crie a necessidade de haver uma maior regularidade destes espectáculos através de uma agenda cultural anual mais intensa. De qualquer forma, não podemos esperar que se criem hábitos de algo a que o grande grosso da população não tem acesso.
O conservatório tem a função de educar musicalmente os alunos envolvendo os pais no processo educacional. Desta forma, sempre que acompanham o seu educando, fazemos um esforço adicional para possam sair beneficiados com a sua própria educação musical e o gosto por uma cultura a que a maioria não teve acesso.
Um evento com esta dimensão acarreta sem dúvida um custo alto. Contaram com algum apoio nesse sentido?
A conjuntura económica não permite actualmente o apoio ideal para a organização destes eventos. No entanto, existem várias empresas que se esforçam para apoiar estas iniciativas. Este festival contou com o patrocínio de empresas nacionais e internacionais como a Buffet, Rico, Companhia dos Sopros, Edições Convite à Música, Câmara Municipal de Santa Comba Dão e o apoio do Instituto Piaget de Viseu, Quinta do Rio Dão, Quinta de Bispos, restaurante Cota Máxima e pianos Manuel Macedo.
Para terminar pedia-lhe que apresentasse alguns motivos para não deixar de ir ao Festival de Clarinetes do Dão.
O grande motivo para não perder estes espectáculos é a enorme qualidade dos artistas envolvidos, serão concertos notáveis. A classe de clarinetes organizou os concertos para o público, e no que depender de nós, este festival é para ter crescente continuidade.
entrevista conduzida por: Mariana Cardoso
Como surgiu a ideia de organizar um Festival de Clarinetes no Conservatório de Musica e Artes do Dão?
Enquanto aluno, fui incentivado durante todo o meu percurso académico a participar em workshops com os mais diversos professores. Nos finais da década de 90 e início do século, Portugal organizou através da associação portuguesa de clarinetes diversos congressos/festivais. Estas iniciativas, permitiram o emergir de vários clarinetistas portugueses e a socialização e transmissão de conhecimentos com os melhores clarinetistas Mundiais. No ano passado, após candidatura portuguesa para a organização do Congresso Mundial de Clarinetes, presidida pelo Prof. Carlos Marques, Portugal recebeu pela primeira vez o ClarinetFest (I.C.A.), o que permitiu deslumbrar concertos memoráveis pelos grandes nomes mundiais e Portugueses durante uma semana intensa.
Com a excepção do Encontro Internacional de Clarinetes de Lisboa, não temos mais nenhum evento dedicado ao clarinete em todo o país. A ideia deste festival surgiu com a necessidade de colmatar uma lacuna do ensino, uma vez que, o sucesso educativo não depende apenas do aluno mas, do resultado de um intercâmbio dinâmico e activo com o ambiente que o rodeia.
Quais os objectivos que se pretendem alcançar com a realização deste Festival quer a nível dos alunos do Conservatório quer, de uma forma mais abrangente, a nível do cenário artístico nacional?
Portugal sofre de um défice de actividades culturais fora dos grandes centros urbanos. Muito se deve, nas últimas décadas, às associações sem fins lucrativos que tiveram e têm um papel preponderante na dinamização da cultura junto dos mais jovens. Recentemente, devido à mudança das políticas na educação artística, nomeadamente da música, todo o país pode usufruir de uma crescente actividade musical nas escolas primárias e conservatórios de música apoiados pelo Ministério da Educação.
O sucesso educativo não depende apenas do aluno mas de todo o meio envolvente. O objectivo deste festival é contagiar os alunos com o espírito lutador e triunfante dos professores, clarinetistas e músicos que estarão presentes durante esta iniciativa. Independentemente da profissão que os alunos vierem a seguir, este é o lema que a escola lhes quer transmitir. O festival vem ajudar a reforçar esta mensagem e proporcionar, não só aos alunos de clarinete, mas a toda a comunidade escolar, musical e cultural de Santa Comba Dão, a vivência artística durante um fim-de-semana de actividades com grandes artística do panorama nacional.
O que diria aos clarinetistas que querem se inscrever no Festival de Clarinetes do Dão e ao público que gostaria de assistir aos concertos agendados?
Em relação aos clarinetistas, aproveitem ao máximo todas as actividades que preparamos, desde as aulas individuais, palestra, seminário, concertos e a feira musical. Esta feira contará com a participação de empresas portuguesas e estrangeiras no Sábado, 13 de Março, das 14h30 até às 21h. Aqui poderão encontrar partituras, Cd’s, material musical de sopros/percussão e instrumentos para experimentar e comprar. Estarão presentes a Buffet, Rico, Companhia de Sopros e Edições Convite à Música.
Em relação ao público, gostaria de salientar que os concertos que estão agendados são de referência nacional. Espero que este festival possa ser acarinhado e bem recebido por todos, pois o grande objectivo é proporcionar um fim-de-semana inesquecível. As obras foram escolhidas tendo em atenção o público onde nos inserimos, é um programa bastante interessante para melómanos e público geral.
Pode destacar da programação apresentada aqueles que, a seu ver serão os pontos altos do Festival?
O festival tem uma duração reduzida, foi pensado ao pormenor para acrescentar algo de novo. Nenhuma actividade é inferior a outra, mas o ponto alto são sem dúvida os concertos com o Ensemble Sinfónico de Lisboa, o Clarinetista João Moreira e a pianista Joana David.
O evento conta com alguns nomes bem conhecidos da comunidade musical. O que dizer sobre os músicos convidados para o Festival?
O concerto no dia 12 de Março (Sexta-feira às 19h30), com o professor João Moreira e Joana David, será memorável. Estes dois jovens músicos têm uma carreira musical bastante extensa, repleta de sucessos em concursos nacionais e Internacionais, passagens a solo por orquestras Portuguesas e grandes palcos Europeus.
O Ensemble Sinfónico de Lisboa, no dia 13 de Março (Sábado às 21h), fará a sua estreia absoluta em Santa Comba Dão, o que para nós é um orgulho e nos cria muita expectativa. Esta formação junta alguns dos melhores jovens músicos liderado pelo Maestro Samuel Pascoal, bastante conhecido enquanto compositor, que faz neste festival o seu debut enquanto maestro. Apresentarão obras de Malher, Debussy e Ravel. O Ensemble é constituído por cantor (Barítono), Violinos, Viola, Violoncelo, Contrabaixo, Piano, Harpa, Oboé, Flauta, Clarinete, Fagote, Trompete e Trompa.
Para além das apresentações musicais, a programação prevê vários outros eventos. Qual a importância destas actividades no Festival?
Aquando a programação do festival, pensámos que seria bastante interessante criar uma actividade que pudesse envolver o máximo de alunos e associações musicais. Para isso criámos várias actividades diversificadas, workshop dedicado aos alunos do ensino superior, conservatórios e escolas oficiais de música; Atelier Musical dedicado aos alunos de filarmónicas e autodidactas; Oficina Musical dedicada aos alunos de iniciação ao clarinete; Palestra “O Clarinete” com Dr. Alexandre Andrade e Dr.ª Isabel Tavares; seminário “Manutenção” com Luthier Rui Silva e Feira de instrumentos sopros/percussão, com o objectivo de proporcionar a alunos e Filarmónicas a possibilidade de conhecerem, experimentar e adquirir material musical com o aconselhamento de especialistas.
Como você avalia a receptividade e o desenvolvimento do evento até agora?
A receptividade ao evento tem sido muito positiva, principalmente para o Workshop, Atelier Musical e Oficina de Música. Em relação aos concertos, a adesão tem sido lenta, acredito que até ao início do primeiro espectáculo conseguiremos mostrar Santa Comba Dão no seu máximo esplendor.
Temos consciência que os hábitos de consumo musical actual são um pouco diferentes do programa que apresentamos. Demorará alguns anos até que concertos como os que propomos façam parte da agenda regular de qualquer família e que se crie a necessidade de haver uma maior regularidade destes espectáculos através de uma agenda cultural anual mais intensa. De qualquer forma, não podemos esperar que se criem hábitos de algo a que o grande grosso da população não tem acesso.
O conservatório tem a função de educar musicalmente os alunos envolvendo os pais no processo educacional. Desta forma, sempre que acompanham o seu educando, fazemos um esforço adicional para possam sair beneficiados com a sua própria educação musical e o gosto por uma cultura a que a maioria não teve acesso.
Um evento com esta dimensão acarreta sem dúvida um custo alto. Contaram com algum apoio nesse sentido?
A conjuntura económica não permite actualmente o apoio ideal para a organização destes eventos. No entanto, existem várias empresas que se esforçam para apoiar estas iniciativas. Este festival contou com o patrocínio de empresas nacionais e internacionais como a Buffet, Rico, Companhia dos Sopros, Edições Convite à Música, Câmara Municipal de Santa Comba Dão e o apoio do Instituto Piaget de Viseu, Quinta do Rio Dão, Quinta de Bispos, restaurante Cota Máxima e pianos Manuel Macedo.
Para terminar pedia-lhe que apresentasse alguns motivos para não deixar de ir ao Festival de Clarinetes do Dão.
O grande motivo para não perder estes espectáculos é a enorme qualidade dos artistas envolvidos, serão concertos notáveis. A classe de clarinetes organizou os concertos para o público, e no que depender de nós, este festival é para ter crescente continuidade.
entrevista conduzida por: Mariana Cardoso
1 comentário:
hello... hapi blogging... have a nice day! just visiting here....
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