Especialistas divididos nas explicações
Portugal tem 8.642.681 pessoas com mais de 18 anos, mas nos cadernos eleitorais surgem 9.562.141. Os números, citados pelo «Público», são apresentados, respectivamente, pelo Instituto Nacional de Estatística, tendo por base o Censos de 2001, e pela Comissão Nacional de Eleições. Uma diferença de quase um milhão de pessoas que nem os óbitos não actualizados nos cadernos eleitorais explicam. Os especialistas apresentam explicações divergentes, com alguns a defender a fiabilidade dos números do INE, outros a pô-los em causa, bem como aos cadernos eleitorais. Para Jorge Miguéis, técnico da Direcção-Geral de Administração Interna, a explicação para discrepância entre números pode estar no estrangeiro. Isto é, há pessoas com bilhete de identidade com residência em território nacional mas que, de facto, poderão estar além fronteiras. O mesmo responsável, lembra que, de cinco milhões de portugueses residentes no estrangeiro apenas 207 mil estão recenseados. Por seu lado, o politólogo Pedro Magalhães põe em causa a credibilidade dos números do INE, alegando que o Censos é de 2001 e as estimativas que têm tentado actualizá-lo podem não estar correctas. O sociólogo António Barreto defende que uma única entidade deveria coordenar os dois censos e o demógrafo Mário Leston Bandeira, também citado pelo «Público», propõe que se siga a tendência de alguns países do Norte da Europa e se acabe com os cadernos eleitorais, substituindo-os por outras técnicas de contagem, designadamente ligadas à segurança social ou aos impostos.
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