A escritora alemã Herta Müller, de origem romena, foi anunciada nesta quinta-feira pela Academia Sueca como a vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2009, em uma homenagem a sua prosa impregnada de poesia, que foi uma das principais vozes contra a ditadura de Nicolae Ceausescu, que acabou há exatamente 20 anos.
"Eu estou atordoada e ainda não consigo acreditar. Eu não posso falar mais nada no momento", declarou a escritora, segundo um comunicado de felicitações divulgado por sua editora alemã, Carl Hanser Verlag.
A Academia afirma em um comunicado que Müller, 56 anos, foi premiada porque com a "densidade da poesia e a franqueza da prosa retrata os cenários dos abandonados".
Nascida em 17 de agosto de 1953 na cidade de língua alemã de Nitzkydorf, perto de Timisoara, na Romênia, Müller emigrou em 1987 para a Alemanha Ocidental ao lado do marido, o escritor Richard Wagner, porque na Romênia não tinha autorização para publicar seus livros, já que era uma crítica aberta do regime comunista.
O anúncio do prêmio foi recebido com alegria e orgulho em sua cidade natal, porque "hoje, Nitchidorf existe no mapa", afirmou o prefeito Ioan Mascovescu. Estudante e depois tradutora em uma fábrica, Müller sempre foi uma opositora ao regime de Ceausescu e resistiu às pressões da Securitate, a tristemente célebre polícia política do régime, se recusando a servir como indicadora.
Apesar de todas as pressões, a 12ª mulher a receber o Nobel de Literatura, prosseguiu com sua luta.
"É uma grande artista das palavras, mas não é apenas uma grande artista, também tem algo para contar", declarou o novo secretário permanente da Academia Sueca, Peter Englund. Desde seu primeiro livro de contos, "Niederungen" ("Em Terras Baixas"), escrito em 1982 - publicada como "Nadirs" em inglês -, que foi censurado pelo regime romeno e só foi publicado na versão integral dois anos depois na Alemanha, após ter sido tirado do país de maneira oculta, ela não parou de descrever as condições de vida sob a ditadura, com sua corrupção, intolerância e opressão.
"Em sua obra ela conta uma história muito intensa, com um estilo único", ressalta Englund.
"Basta ler meia página para saber que um texto é de Herta Müller: frases curtas, riqueza das imagens e uma precisão extrema com o idioma", completa.
Por causa da proibição da publicação de suas obras na Romênia, Herta Müller optou em 1987 pelo exílio na então República Federal da Alemanha (RFA, Alemanha Ocidental), ao lado do marido, o também escritor Richard Wagner.
Mas não deixou de condenar a ditadura em romances como "O Compromisso" (seu único livro publicado no Brasil), que, com "detalhes cinzelados dão uma imagem da vida diária em uma ditadura petrificada", afirma a nota da Academia.
Seu último livro "Atemschaukel" (2009) amplia o terreno de contestação ao descrever o exílio dos romenos de língua germânica na União Soviética. A obra é baseada na experiência vivida durante cinco anos por sua mãe em um campo de trabalho soviético depois da Segunda Guerra Mundial. Seu pai integrou a Waffen-SS.
"Além da vida cotidiana sob a ditadura, a obra de Müller descreve a vida das minorias fora da História comum, a vida de alguém fora até de sua própria família, de alguém que decide inclusive mudar de país para descobrir que isto não muda nada", comenta Englund.
No ano passado, o Nobel de Literatura foi entregue ao escritor francês Jean-Marie Gustave Le Clézio.
A temporada do Nobel de 2009 já anunciou os vencedores nas categorias Medicina, Física e Química. Na sexta-feira será atribuído Nobel da Paz e na próxima segunda-feira o de Economia.
Em cada categoria, Nobel dá um prémio de 10 milhões de coroas suecas (1.434.000 dólares).
A Academia afirma em um comunicado que Müller, 56 anos, foi premiada porque com a "densidade da poesia e a franqueza da prosa retrata os cenários dos abandonados".
Nascida em 17 de agosto de 1953 na cidade de língua alemã de Nitzkydorf, perto de Timisoara, na Romênia, Müller emigrou em 1987 para a Alemanha Ocidental ao lado do marido, o escritor Richard Wagner, porque na Romênia não tinha autorização para publicar seus livros, já que era uma crítica aberta do regime comunista.
O anúncio do prêmio foi recebido com alegria e orgulho em sua cidade natal, porque "hoje, Nitchidorf existe no mapa", afirmou o prefeito Ioan Mascovescu. Estudante e depois tradutora em uma fábrica, Müller sempre foi uma opositora ao regime de Ceausescu e resistiu às pressões da Securitate, a tristemente célebre polícia política do régime, se recusando a servir como indicadora.
Apesar de todas as pressões, a 12ª mulher a receber o Nobel de Literatura, prosseguiu com sua luta.
"É uma grande artista das palavras, mas não é apenas uma grande artista, também tem algo para contar", declarou o novo secretário permanente da Academia Sueca, Peter Englund. Desde seu primeiro livro de contos, "Niederungen" ("Em Terras Baixas"), escrito em 1982 - publicada como "Nadirs" em inglês -, que foi censurado pelo regime romeno e só foi publicado na versão integral dois anos depois na Alemanha, após ter sido tirado do país de maneira oculta, ela não parou de descrever as condições de vida sob a ditadura, com sua corrupção, intolerância e opressão.
"Em sua obra ela conta uma história muito intensa, com um estilo único", ressalta Englund.
"Basta ler meia página para saber que um texto é de Herta Müller: frases curtas, riqueza das imagens e uma precisão extrema com o idioma", completa.
Por causa da proibição da publicação de suas obras na Romênia, Herta Müller optou em 1987 pelo exílio na então República Federal da Alemanha (RFA, Alemanha Ocidental), ao lado do marido, o também escritor Richard Wagner.
Mas não deixou de condenar a ditadura em romances como "O Compromisso" (seu único livro publicado no Brasil), que, com "detalhes cinzelados dão uma imagem da vida diária em uma ditadura petrificada", afirma a nota da Academia.
Seu último livro "Atemschaukel" (2009) amplia o terreno de contestação ao descrever o exílio dos romenos de língua germânica na União Soviética. A obra é baseada na experiência vivida durante cinco anos por sua mãe em um campo de trabalho soviético depois da Segunda Guerra Mundial. Seu pai integrou a Waffen-SS.
"Além da vida cotidiana sob a ditadura, a obra de Müller descreve a vida das minorias fora da História comum, a vida de alguém fora até de sua própria família, de alguém que decide inclusive mudar de país para descobrir que isto não muda nada", comenta Englund.
No ano passado, o Nobel de Literatura foi entregue ao escritor francês Jean-Marie Gustave Le Clézio.
A temporada do Nobel de 2009 já anunciou os vencedores nas categorias Medicina, Física e Química. Na sexta-feira será atribuído Nobel da Paz e na próxima segunda-feira o de Economia.
Em cada categoria, Nobel dá um prémio de 10 milhões de coroas suecas (1.434.000 dólares).
Fonte: UNITED PHOTO PRESS
1 comentário:
Não sei quem escreve sobre a atribuição do Prémio Nobel da Literatura à escritora Herta Müller.
Mas é notório o modo de escrever brasileiro, que arrogantemente brinda os leitores com "Prêmio", "Romênia","exatamente", "publicar SEUS livros", "... não FALAR mais nada...", "... EM UMA homenagem A sua prosa...", etc., etc..
Então, meus caros amigos daí da região, descendentes de Viriato, já não há por aí gente capaz de escrever em Português original e é preciso recorrer àqueles que usam uma cópia da nossa Língua, falando-a e escrevendo-a bastante mal (dizem "Brasiu" e "Portugau", já agora não porque não hão-de escrever "bacalhal" para depois poderem ler "bacalhau"!! Dizem "mais" em vez de "mas" e às vezes escrevem mesmo "mais" no lugar da conjunção adversativa... E depois, como são arrogantes, não aproveitam a sua estadia por cá para aprenderem a falar Português. Eu costumo dizer que entendo melhor o discurso de um ucraniano que está aqui há dez meses do que o de um brasileiro depois de cá estar há dez anos. E porquê? porque o brasileiro julga-se mandatado/predestinado a ensinar "Porrtuguêis" aos portugueses!! Isso mesmo.
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