quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Suspeito de matar mediadora andou com outras a ver casas

Por: TERESA CARDOSO in "JN"

O homem suspeito de ter assassinado, fez ontem, terça-feira, precisamente um ano, uma agente imobiliária, em Viseu, andou no fim-de-semana anterior ao homicídio, e no próprio dia 15 de Dezembro de 2008, a ver moradias à venda com outras duas mediadoras.

As duas mulheres confirmaram, no primeiro dia do julgamento que decorre no Tribunal Judicial de Viseu, com jurados, que o suposto cliente vestia uma camisa à pescador, de flanela, aos quadrados vermelhos e pretos, quando foi ver as casas.

Uma testemunha, ouvida ao final da tarde, declarou também ter visto a vítima, Dulce Moreira, por volta da hora do almoço, entrar num prédio do Bairro de Santa Eugénia, onde tinha um apartamento para arrendar, acompanhada por um homem que vestia uma camisa igual.

Mário Neves, empregado numa loja que fica ao lado do apartamento onde a mediadora foi encontrada morta, com um golpe profundo no pescoço, foi a última de mais de uma dezena de testemunhas a ser ouvida na primeira sessão de julgamento.

O empregado comercial não conseguiu identificar o alegado homicida, um pintor de automóveis, de 42 anos, alegando que a pessoa que passou à sua beira estava encoberta pela vítima. Mas garantiu que a camisa que essa pessoa vestia era também aos quadrados vermelhos e pretos.

As primeiras testemunhas ouvidas foram Ana Paula Brás e Anabela Nunes, profissionais do sector imobiliário que, na sexta-feira anterior ao crime, foram contactadas nas respectivas empresas pelo suspeito. Alfredo A. visitou duas casas para venda na zona de Abraveses. E, na segunda-feira, repetiu a visita, alegando que a mulher estaria com ele para dar a sua opinião.

A mulher do arguido não compareceu, alegadamente, segundo o suspeito, por ter sofrido um acidentes de viação na cidade. Uma explicação dada às suas agentes imobiliárias a horas diferentes.

Ao contrário da vítima que, quando foi mostrar o apartamento do Bairro de Santa Eugénia, levava uma carteira com 240 euros que o filho tinha levantado momentos antes, as outras vendedoras só levavam chaves. Duas mulheres que se dedicam à prostituição, disseram ter mantido relações com o suspeito, que dizia ser viúvo, pai de dois jovens, e dono de uma oficina de automóveis. O arguido mantém-se em casa com pulseira electrónica.

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