25 de Junho? Sempre!
Leonardo Júniorsabelajunior@gmail.com in "Revista Prestígio"
Os anos iam passando e o 25 de Junho continuava a passar em branco. Uma vez, comentando o facto, Teodósio Bule, então estudante de Economia, dizia: “A questão nem deveria ser o que será feito este ano, na data, mas simplesmente onde será a festa, por muito simples que seja.” Isto para dizer que as comemorações do 25 de Junho deveriam ser regra e não excepção. E passaram a ser, felizmente, sobretudo com o aparecimento da Associação de Estudantes Moçambicanos em Portugal (AEMOP), do Consulado Geral de Moçambique para o Porto e Zona Norte de Portugal e, mais tarde, com a Associação Portugal- Moçambique e a Índico - Associação Cívica MoçambicanaQuem passou 20 anos a comemorar as datas históricas de Moçambique fora do país tem, certamente, algo para contar. Vou, a- -propósito, partilhar algumas notas sobre a forma como, ao longo dos tempos, foi sendo assilanada a passagem do Dia Nacional de Moçambique – o 25 de Junho –, sobretudo na cidade do Porto, em Portugal.Para começar, devo registar que, naMui Nobre Leal e Invicta Cidade do Porto, 25 de Junho é um dia a seguir ao Dia da Cidade, vulgo S. João, uma festa popular única, pela forma como é vivida, que ocorre, essencialmente, na noite de 23 para 24 de Junho. É uma noite em que a cidade, empregnada do cheiro à sardinha – porque S. João sem sardinhada, febras e caldo verde, tudo bem regado, não é S. João –, dizia, uma noite em que a cidade não dorme. A população, munida de alho porro e martelinhos de plásticos, sai à rua e circula por toda a cidade. Há animação musical em quase todos os cantos. E a festa conta ainda com um espectáculo pirotécnico, à meia noite, nas margens do Rio Douro.No entanto, o feriado de S. João é a 24 de Junho. Mais, a data coincide com a época das frequências (testes) do segundo e último semestre do ano lectivo. Estes dois aspectos foram, durante alguns anos, usados como justificação para não se organizar nenhum evento comemorativo do 25 de Junho. Lembro-me de, por vezes, ter estado apenas com um pequeno grupo de moçambicanos a jantar e conversar, como única forma de assinalar o aniversário da Independência Nacional. Isso nos tempos em que a comunidade moçambicana no Porto era maioritariamente constituída por estudantes e, registe- se, ainda muito pouco organizada.Os anos iam passando e o 25 de Junho continuava a passar em branco. Uma vez, comentando o facto, Teodósio Bule, então estudante de Economia, dizia: “A questão nem deveria ser o que será feito este ano, na data, mas simplesmente onde será a festa, por muito simples que seja.” Isto para dizer que as comemorações do 25 de Junho deveriam ser regra e não excepção. E passaram a ser, felizmente, sobretudo com o aparecimento da Associação de Estudantes Moçambicanos em Portugal (AEMOP), do Consulado Geral de Moçambique para o Porto e Zona Norte de Portugal e, mais tarde, com a Associação Portugal-Moçambique e a Índico - Associação Cívica Moçambicana.E noutras cidades as comemorações do 25 de Junho passaram a fazer-se, acabando por se transformarem numa tradição. A existência contínua, a partir do consulado de Esperança Machavele, de um Embaixador de Moçambique em Lisboa, depois de alguns anos sem ninguém nessas funções, e a assinatura do Acordo Geral de Paz, parece terem dado um significativo impulso na forma como a comunidade moçambicana em Portugal se reconciliou com a data da nossa Independência. As festas dos aniversários da Independência foram, por isso, ao longo dos anos, melhorando de qualidade e sendo cada vez mais participadas. De sublinhar, também, que, tal como aconteceu no Porto, noutras cidades e regiões de Portugal foram aparecendo novas associações e outras organizações de moçambicanos que foram e têm vindo a contribuir para dignificar as comemorações das datas históricas de Moçambique, com destaque especial para o 25 de Junho.Actualmente, as comemorações do aniversário da Independência de Moçambique, em Portugal, são uma referência para as outras comunidades. Isto porque as festas moçambicanas têm marcado diferença pela organização que demonstram, pelo ambiente alegre que se vive durante as mesmas e por decorrerem sempre de forma ordeira, sem nenhuma confusão, e sem esquecer, claro, a qualidade das iguarias que são colocadas à disposição dos participantes. E os amigos de Moçambique, cujo número vem crescendo, não se cansam de elogiar os eventos a que os moçambicanos lhes têm dado oportunidade de participar, esperando sempre pela próxima.Uma última nota para lembrar a festa dos 30 anos da Independência de Moçambique, no Porto, na Quinta da Bonjóia. Inesquecível! Razão para destacar o empenho do Consulado de Moçambique no Porto, na pessoa do Cônsul, Carlos Manhiça, a Câmara Municipal do Porto, na pessoa do então Vice-Presidente, Paulo Morais, do ex-Cônsul de Moçambique,Augusto Macedo Pinto, da Índico, da Associação Portugal-Moçambique, da AEMOP- -Porto, da comunidade moçambicana no Porto e do inesquecível e saudoso amigo de Moçambique, senhor Joaquim Pinto Órfão, do Tripeiro...
Sem comentários:
Enviar um comentário