quarta-feira, 3 de junho de 2009

Ânimos exaltados em protesto de agricultores contra o Governo

Agricultores de toda a região manifestaram-se ontem na cidade de Viseu contra o Governo e a política seguida pela tutela para o sector
O presidente da Associação de Criadores de Gado da Beira Alta, António Lopes, acusou o ministro da Agricultura, Jaime Silva, de tudo ter prometido no início do mandato e nada ter feito ao longo dos últimos quatro anos. "Atrasou o PRODER - Programa de Desenvolvimento Rural, em dois anos, porque devia ter arrancado em 2007 e ainda são poucas as medidas implementadas", sublinhou."A agricultura está moribunda e não há ninguém no Governo que se mostre preocupado com os problemas existentes no sector leiteiro, das frutas, dos legumes e também do vinho", acrescentou.
Quanto ao protesto, organizado pela associação em colaboração com a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), adiantou que o objectivo foi mostrar o descontentamento de quem mais sofre com a crise no sector.
Ânimos exaltados
Por volta das 11 horas, cerca de duas centenas de agricultores subiram para os seus tractores e iniciaram o protesto, que tinha como destino o Governo Civil de Viseu, onde iam entregar um documento cheio de exigências. No entanto, a viagem terminou a meio, junto à Rotunda Paulo VI, onde os ânimos se exaltaram devido à exigência da PSP de os manifestantes prosseguirem, a partir daquele local, a pé em direcção ao centro da cidade.
De acordo com o segundo comandante da PSP de Viseu, subintendente Almeida Campos, tinha ficado combinado com a organização do protesto, que o percurso restante até ao Governo Civil, fosse feito a pé e tudo indicava que era isso que ia acontecer. Mas por volta das 11h30m, a PSP começou a mandar encostar as viaturas agrícolas no troço da Circunvalação, entre as Rotundas de Nelas e Paulo VI, e os agricultores reuniram- -se para marcharem até ao Governo Civil.
Porém, a intransigência de alguns, em deixarem os seus tractores naquele local, acabou por provocar um braço de ferro entre os manifestantes e os agentes.
Negociações
Durante cerca de três horas, houve intensas negociações entre ambas as partes. Ao mesmo tempo, a PSP ia aumentando o número de polícias no local, "cortando" a estrada para o Governo Civil com elementos de duas equipas de intervenção rápida, das quais uma chegou a vestir o equipamento anti-motim. Ninguém quis ceder e, por isso, a manifestação acabou ali mesmo, depois do presidente da Associação de Criadores de Gado da Beira Alta ter prometido uma demonstração de força ainda maior, a realizar ainda antes das Eleições Legislativas, lamentando que o governador Civil não tenha comparecido no local.
Por José Fonseca in "Diário de Viseu"

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