segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Percorreu 150 quilómetros com uma faca espetada no pescoço


Arma do crime
era um punhal
com 20 centímetros
de lâmina,
parte em forma
de serra



Por: Amadeu Araújo in "DN"


A Polícia Judiciária (PJ) deteve, em Armamar, um indivíduo de 27 anos, desempregado, suspeito de tentativa de homicídio. A detenção ocorreu ao final da tarde de sexta-feira pouco depois de Carlos Branquinho ter esfaqueado Sílvio Santos, funcionário da Adega Cooperativa de S. Romão, sedeada naquela vila duriense.


Carlos Branquinho e Sílvio Santos são vizinhos e já antes se tinham travado de razões. A vítima, de 23 anos, foi transferida em estado grave para o Hospital de Santo António, no Porto, onde lhe foi retirada a arma do crime, uma faca cravada no pescoço. Antes passou pelo Centro de Saúde de Armamar e Hospital de Vila Real, sempre com a faca no pescoço. O agressor, já com cadastro, foi ouvido durante a tarde de ontem no Tribunal de Peso da Régua, mas até à hora de fecho desta edição não foi possível apurar qual a medida de coacção aplicada.


Segundo contou ao DN Carlos Manuel, funcionário da adega onde a vítima trabalhava, "a agressão ocorreu pouco depois da saída dos trabalhadores. O Sílvio quis pôr o carro a trabalhar e como não conseguiu chamou um colega, que é tio do agressor, para verificar o que se passava". E não teve tempo para mais nada. "No exterior da adega já estava o agressor, dentro de um carro, na companhia da mãe." Carlos Branquinho saiu do carro e depois de se ter dirigido à vítima "disse-lhe qualquer coisa e espeta-lhe uma faca no pescoço". Carlos Branquinho foi detido pela GNR, entretanto alertada pela direcção da cooperativa, enquanto Sílvio Santos foi assistido ainda na adega pelos Bombeiros de Armamar. Depois de transportado ao centro de saúde local foi transferido, com a faca espetada no pescoço, para o Centro Hospitalar do Douro Sul, em Vila Real. Daqui a gravidade da situação obrigou a nova transferência para o Hospital de Santo António, no Porto. Sujeito a uma operação cirúrgica para a remoção da faca, encontra-se, segundo fonte clínica daquele hospital, "estável, mas em estado grave". Por se tratar de uma tentativa de homicídio a investigação foi atribuída à PJ, que conseguiu recuperar a arma do crime, "um punhal com 20 centímetros de lâmina, parte da qual em forma de serra", no Hospital de Santo António, revelou ao DN fonte desta polícia.


Na origem da agressão esteve a relação entre os vizinhos (moradores na mesma rua). "Eles já não se davam bem. O agressor é um homem alterado e que parte para a violência com grande facilidade", declarou ao DN Manuel Esteves, proprietário de um café em S. Romão.

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