terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Rendas Sociais Diminuem

Rendas dos bairros sociais podem baixar


Por: TERESA CARDOSO in "JN"

Os moradores de três bairros sociais de Viseu não vão pagar mais pela renda da casa em 2009. A Câmara, devido à crise, decidiu congelar valores, podendo até baixar os valores para os mais necessitados. Estes agradecem.

Os moradores dos bairros sociais de Paradinha, Pomba e Municipal, propriedade da Câmara Municipal de Viseu (CMV), não irão este ano suportar a habitual subida das rendas. A Autarquia, enquanto senhorio, decidiu congelar o aumento.




A decisão, aprovada por unanimidade na última reunião do Executivo, afectará entre 300 e 400 famílias residentes nos bairros sociais da cidade.

Nos casos em que os rendimentos dos agregados familiares estejam aquém dos mínimos aceitáveis, a Autarquia pondera mesmo baixar aquelas prestações mensais.

"Ao dizermos que não pode haver aumentos, admitimos, de forma implícita, que possam ocorrer abaixamentos nas rendas de 2009", explica o presidente da Câmara, Fernando Ruas.

"É uma grande ajuda. O dinheiro que recebo da reforma mal dá para comer e para alimentar a companheira inválida e a precisar de cuidados de saúde especiais que tenho em casa. Se me ajudassem também nas refeições era uma obra de misericórdia", desabafa José Silva, carpinteiro reformado, residente no bairro social da Pomba. Conceição Azevedo, uma vizinha do mesmo bairro, não cabe em si de satisfação: "Se baixassem as rendas seria óptimo. Mas não as subir já é muito bom".

A decisão de congelar as rendas aos inquilinos insere-se no Plano de Apoio a Pessoas e Famílias (PAPF) proposto pela Autarquia e aprovado recentemente pelo órgão deliberativo."É o nosso catecismo para o apoio social em 2009. A nossa cartilha de combate à crise", classifica Ruas, referindo-se ao documento que preconiza um conjunto de medidas, a pôr em prática durante o ano em curso, como forma de ajudar as pessoas e as famílias do concelho "economicamente mais debilitadas".

O documento abrange cinco grandes áreas de intervenção: acompanhamento das situações sociais mais graves, saúde e alimentação, educação, habitação, água e saneamento.

Nos casos em que as dificuldades dos agregados sejam confirmadas, a CMV admite ajudas que, para além do congelamento de rendas, pode ir até ao fornecimento de refeições, reduções no pagamento de taxas, apoio às crianças e jovens em idade escolar. "As medidas estão a ser implementadas e serão ajustadas, caso a caso, sempre que se justifique", concluiu o autarca Fernando Ruas.


NOTA:

Aplaudimos mais esta medida tomada pelo Executivo da Câmara Municipal de Viseu, achamos justa e atempada tal medida, mas, na realidade, ocorre-nos perguntar porque razão terão ficado de fora todas as outras famílias dos restantes bairros e habitações sociais de Viseu? não serão também elas carenciadas? não estarão também elas a ser afectadas pela crise actual? serão umas mais carenciadas que outras? que critérios selectivos foram seguidos para que a CMV tenha tido apenas em atenção os bairros referidos, uns e não outros?

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