segunda-feira, 2 de novembro de 2009

BP ULTIMATE PORTALEGRE 500

QUARTA VITÓRIA NA BAJA

“Poker” de Mário Patrão

Ano bastante positivo para Mário Patrão. Depois do título de Campeão Nacional de TT e o sexto lugar com a Selecção Nacional nos ISDE, Mário Patrão encerra a temporada da melhor forma, com nova vitória em Portalegre, a quarta da carreira. De facto, o piloto de Seia cotou-se sempre como o grande candidato à vitória, pese embora a aguardada resposta por parte de António Maio (vencedor das duas últimas edições) e de Paulo Gonçalves.
Mais rápido em todos os parciais e igualmente no Prólogo, Patrão nunca chegou a ser verdadeiramente incomodado por uma concorrência que não esteve isenta de problemas.
Com o tempo mais rápido no Prólogo, o piloto da Suzuki pode, inclusivamente, fugir do pó que o bom tempo alentejano mais do que garantia para o segundo dia. “A Baja Portalegre é uma prova sempre muito difícil, por ser muito longa e ao longo da qual tudo pode acontecer. O início foi um pouco complicado – fiquei com os braços inchados –, mas depois aqueci e fiquei bem. Depois da ZA1 fiquei sem travão de trás e só o consegui reparar na ZA3. Nunca baixei o ritmo e dei sempre o máximo, apesar do piso estar muito seco e escorregadio, o que dificultava a condução e obrigava a uma atenção redobrada. O resultado é excelente, consegui a minha quarta vitória nesta grandiosa prova, por isso estou muito feliz ”, explicou o agora tetra-vencedor em Portalegre (2004 a 2006 e 2009).
O segundo lugar de António Maio acabou por ser reflexo do mau prólogo que o piloto de Beja realizou no dia anterior, marcado pela queda nos primeiros metros. Hoje, o estudante da Academia da GNR conseguiu recuperar terreno apesar do muito pó… até nova queda, esta bem mais violenta: “Sabia desde o início que ia ser complicado por causa do pó. Ontem, o meu resultado no prólogo foi mau e isso obrigou-me 2 a partir atrás de vários pilotos. Hoje, logo no princípio, sofri uma queda violenta, perdi muito tempo e fiquei magoado num ombro. Continuei e consegui manter um bom ritmo, mas a prova já estava perdida”.3 David Megre e Pedro Oliveira protagonizaram outro dos pólos de interesse, em luta acesa pela categoria TT1. Mas apesar do terceiro lugar à geral, o piloto de Coruche não conseguiu levar a melhor na categoria e a vitória acabou por ir para o adversário: “Foi uma boa prova e estou muito satisfeito com o resultado. Arranquei em 11º, mas consegui imprimir um ritmo bastante rápido e passei muitos pilotos ao longo do percurso. O piso estava muito duro, degradado e escorregadio, mas adaptei-me bem ”.

Também Paulo Gonçalves procurava repetir o sucesso alcançado na sua estreia em 2001, mas um problema mecânico hoje afastou-o em definitivo da luta pela vitória, vindo a terminar em sexto: “Tive um problema ao km 72 com uma roda e perdi mais de10 minutos, o que me estragou a prova. Depois disso, dei o meu máximo, arrisquei muito porque tive que rodar no pó de outros pilotos para conseguir ganhar lugares e levar a minha BMW à melhor classificação possível. O sexto lugar sabe a pouco porque o objectivo era vencer, mas tendo em conta o que aconteceu não foi mau… ”.

Finalmente, referência para o vencedor da categoria TT1, Pedro Oliveira, com um 13º lugar à geral, numa prova de sofrimento: “Em 16 anos de competição, foi a corrida mais difícil da minha vida! Tirei o gesso do pulso esta semana e amanhã (domingo) vou voltar a pô-lo, mas tinha que ser para garantir o título na classe. Não me conseguia levantar da moto e nunca tocava na embraiagem, mas valeu a pena o esforço ”.

Texto: Luís Costa

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