terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Adeus a Alexandre Alves




No dia 26 de Dezembro 2008 faleceu em Cascais, na casa de familiares, o ilustre historiador mangualdense Dr. Alexandre Alves, com 87 anos.



Alexandre Alves, ilustre filho de Mangualde, onde nasceu a 8 de Dezembro de 1921, e que deixou para ingressar na carreira de bancário em Lisboa, tendo depois estado em diversos pontos do país, aproveitando sempre para aprofundar os seus conhecimentos em História e História da Arte. Assim aconteceu em Bragança, onde consultou o importantíssimo espólio do Abade de Baçal, à época no Liceu de Bragança, onde sua esposa leccionava.



Em Viseu, onde esteve num primeiro período entre 1957 e 1971, passou a maior parte dos tempos livres no Arquivo Distrital de Viseu e na Biblioteca Municipal de Viseu consultando manuscritos e tirando apontamentos. Será neste período que começará a escrever com periodicidade na imprensa local de Mangualde e na revista Beira Alta. Conheceu ilustres estudiosos viseenses como Lucena e Vale, então Director da Revista Beira Alta, José Coelho, professor no Liceu de Viseu e arqueólogo, Manuel de Alvéolos, Moreira de Figueiredo e Silvério Abranches, genealogista. Foi neste período que decidiu ingressar de novo no ensino superior, matriculando-se no curso de Ciências Histórico-Filosóficas em Coimbra, onde teve como professor Amorim Girão, ilustre geógrafo, também ele do distrito de Viseu.



Em 1971 regressa a Lisboa, onde já anteriormente tinha estado, mantendo-se até 1974. Aqui aproveitou os tempos livres para levar a cabo uma profícua pesquisa na Biblioteca Nacional, no Arquivo da Torre do Tombo e no extinto Arquivo Histórico do Ministério das Finanças, que continha muita documentação das extintas corporações religiosas. Regressado em Setembro de 1974 mantêm a sua actividade profissional até à aposentação em 1978, sempre conciliando com a investigação e a colaboração na imprensa, principalmente na revista Beira Alta. Após a sua aposentação pode dedicar todo o seu tempo à investigação, procurando novas fontes de informação nos Arquivos do Museu Grão Vasco, do Cabido da Sé, da Câmara Eclesiástica, da Casa Anadia, das Santas Casas da Misericórdia de Mangualde e de Viseu, assim como de paróquias, irmandades e outras instituições e particulares.



Ao longo da sua vida recebeu as seguintes condecorações: Grau de Oficial da Ordem de Santiago de Espada, Ordem de Mérito da Causa Monárquica, Medalha Municipal de Mérito da cidade de Viseu, Medalha de ouro do concelho de Mangualde, Medalha de Ouro do Instituto Politécnico de Viseu.



Era sócio correspondente da Academia Portuguesa de História e da Academia Nacional de Belas Artes.



Sempre solícito a ajudar quem o procurava, colaborou com várias instituições mangualdenses, destacando-se a acção desenvolvida com a Associação Cultural Azurara da Beira, de que era sócio de mérito e presidente da Assembleia-Geral.



Foi sob a sua coordenação que a ACAB levou a cabo o Levantamento do Património Artístico do concelho de Mangualde, realizado entre 1982-1984.



Proferiu inúmeras conferências e publicou numerosos artigos e obras sobre a história e o património do nosso concelho.




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