quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

outras greves... mas de fome

Presidente da Associação de Deficientes das
Forças Armadas em greve de fome há 4 dias



Nos últimos quatro dias, o presidente da delegação de Viseu da Associação de Deficientes das Forças Armadas (ADFA), João Gonçalves, tem «ingerido apenas água» o que faz com que já se sinta «um pouco debilitado».

No entanto, alega que é «muito forte» e que já em 1971 esteve «30 dias sem comer, depois de ferido na guerra, em Moçambique». «Por isso, esta greve de fome é para ser levada até ao fim: o que estou a pedir não é nenhuma regalia, mas um direito!», salientou.
João Gonçalves, presidente da delegação de Viseu ADFA, decidiu fazer greve de fome em protesto contra os cortes nos direitos à saúde e na actualização de pensões, previstos no Orçamento de Estado para 2009.
O ex-combatente lamenta que os associados tenham que se deslocar ao Hospital Militar de Lisboa ou Porto para terem assistência médica gratuita. «Coimbra já só tem regime de consultas e até isso vai fechar», queixou-se, frisando que «o centro do país também é Portugal».
A associação a que preside representa mais de 800 associados e «é com muito desgosto» que a maior parte das vezes não sabe «como lhes dar apoio». «A triste realidade é que enquanto precisam de nós, temos tudo. Quando já não precisam, somos lixo», sublinhou.
A ADFA viu sexta-feira frustradas as suas expectativas na votação de duas propostas de alteração ao OE de 2009, apresentadas pelo CDS-PP, que defendiam a reposição da assistência médica por completo e a actualização das pensões indexada ao salário mínimo nacional, que foram chumbadas pela maioria socialista.
No domingo, o presidente da Associação de Deficientes das Forças Armadas (ADFA), José Arruda, deslocou-se a Viseu para prestar solidariedade e levar a João Gonçalves a garantia de que vão continuar a lutar pela defesa dos seus direitos.
Também na segunda-feira o líder do CDS/PP em Viseu, Hélder Amaral, visitou João Gonçalves. «Foi dos piores momentos por que passei enquanto político. Sinto-me triste e revoltado por o país não respeitar quem deu um grande contributo para a sua história», referiu. Hélder Amaral alega que está consciente que o país atravessa sérias dificuldades, no entanto, defende que «os sacrifícios não devem ser pedidos a quem já fez muito por Portugal, mas às novas gerações». «Aos ex-combatentes deveria dar-se tudo o que merecem para terem uma vida digna», acrescentou. O deputado do CDS/PP na Assembleia da República referiu que estão «à espera que o PS perceba o erro que cometeu e que dê um sinal de abertura».
O presidente da delegação de Viseu ADFA informou ainda que durante a tarde de hoje receberá a visita de uma comitiva do PCP.



fonte: Lusa / SOL

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