terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Tabaco


Venda de tabaco

caiu 15% no último ano



Por: JOANA FERREIRA DA COSTA e DIANA MENDES in "DN"


Um ano após a vigência da Lei, Portugal regista uma das maiores descidas no consumo no espaço europeu, segundo o director-geral da Saúde. Cerca de 70% dos restaurantes são livres de fumo e as vendas de tabaco caíram. Mas as infracções ainda são muitas

A entrada em vigor da lei do tabaco reduziu entre dez a 15 por cento as vendas de cigarros em Portugal.


Os dados das associações de armazenistas e de grosssistas de tabaco mostram que as novas regras sobre o fumo que começaram a ser aplicadas há quase um ano tiveram um forte impacto no consumo. Mas a maior quebra foi mesmo a registada em Janeiro, altura em que as vendas de cigarros baixaram 17 por cento."No último ano houve uma redução de 15 por cento das vendas de tabaco", afirmou ao DN Helena Manuela da Associação Portuguesa de Armazenistas de Tabaco. A responsável alerta, contudo, que parte desta descida está também relacionada com o aumento da contrafacção.


Já a Associação Nacional de Grossistas de Tabaco diz que a quebra mensal nas vendas tem sido superior a dez por cento. "Até Outubro as vendas caíram 13,2 mas até ao final do ano a qubra deverá atingir os 14 por cento", afirmou o presidente do organismo Jorge Duarte.


Já quanto ao número de portugeses que terá deixado de fumar o director-Geral da Saúde, Francisco George mostra-se animado mas fecha-se em copas, remetendo para amanhã um balanço oficial dos efeitos da nova lei. "Os dados que temos até agora apontam para um resultado superior às expectativas", limita-se a dizer Francisco George, que amanhã apresentará o balanço oficial da aplicação da lei que entrou em vigor há um ano. - manifestou-se "muito satisfeito" com o cumprimento da legislação. O director-geral da Saúde avança ainda que, no panorama europeu, os indicadores sobre os resultados de aplicação das novas regras em Portugal ficam acima dos registados noutros países que adoptaram legislação semelhante. É o caso de Itália, por exemplo, em que o consumo de tabaco baixou seis por cento.


Já em Espanha, o fenómeno foi o inverso. O El país noticiava na semana passada que desde que a lei entrou em vigor, em Janeiro de 2006, se inverteu a descida do consumo.


Se em Portugal os números das vendas indiciam que muitos portugueses optaram por abandonar o vício, nem todos conseguem deixar o vício à primeira tentativa e reincidem. A taxa de sucesso dos fumadores que entram em programas de cessação tabágica oscila entre os 20 e os 30 por cento, disse ao DN José Fonseca, coordenador das consultas antitabágicas para o Alentejo.O Norte é a região do país onde exsite uma maior oferta de consultas nas unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), com uma taxa de cobertura superior a 60 por cento.


Já emLisboa e Vale do Tejo é a região onde que demonstra menor cobertura, não chegando aos 30 por cento.O cumprimento das novas regras nos restaurantes e espaços de diversão foi, desde sempre, um dos pontos mais polémicos da lei, tanto pelas dificuldades de interpretação da lei como pela actuação da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASA).


Um estudo promovido pela Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo dava conta de que 71% dos restaurantes tinham optado por zonas livres de fumo. Mas se aqui a taxa de cumprimento era elevada, nos restaurantes com zonas mistas reinava a confusão total, com sistemas de ventilação ineficazes ou mesmo inexistentes.



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