Meio milhar de comerciantes e cidadãos de Viseu exigiu hoje que a Loja do Cidadão seja transferida para o centro histórico, para que funcione como "loja âncora" e ajude a travar a desertificação daquela zona da cidade.
A Loja do Cidadão de Viseu está instalada na Quinta das Mesuras, entre o Hospital de S. Teotónio e a Biblioteca Municipal.
A Loja do Cidadão de Viseu está instalada na Quinta das Mesuras, entre o Hospital de S. Teotónio e a Biblioteca Municipal.
Os comerciantes fecharam hoje as suas lojas meia hora mais cedo e, juntamente com cidadãos, concentraram-se no Mercado 02 de Maio em nome desta causa, que entendem "ser urgente no contexto da estratégia de revitalização urbana", como refere um manifesto a enviar ao Governo e à Câmara de Viseu.
O presidente da Associação Comercial do Distrito de Viseu, Gualter Mirandez, recordou que "desde há cerca de um ano, quando se começou a falar numa possível mudança da Loja do Cidadão", manteve contactos permanentes e fez pressão junto das entidades responsáveis por este assunto.
"Pressão que se acentuou, e de que maneira, a partir do momento em que o secretário de Estado do Comércio disse que as lojas do centro histórico de Viseu tudo tinham a ganhar a partir do momento em que tivessem outras lojas âncora e referiu-se à Loja do Cidadão", acrescentou.
O dirigente associativo garantiu ter "a confirmação de que todas as forças vivas de Viseu" estão disponíveis para lutar por esta causa, nomeadamente dos deputados parlamentares do PS.
"Quando assim acontece não pode haver recuos. Temos o Município de Viseu, deputados de todos os partidos por Viseu, todas as forças vivas estão empenhadas neste assunto. Se calhar, pela primeira vez desde o 25 de Abril, estão reunidas todas as condições para trabalhar em conjunto", acrescentou.
Na sua opinião, este "não pode ser um problema de dinheiro, acima de tudo tem de ser um problema político".
Alexandre Azevedo Pinto, do Movimento de Cidadãos pelo Centro Histórico de Viseu, frisou que esta é uma causa "fundamental para revitalização do centro histórico, para a sua malha, o seu tecido económico e social".
"Exigimos que haja investimento público que funcione como uma `loja âncora` e que pode trazer ânimo a todos aqueles que hoje continuam com seus negócios abertos e optaram por continuar a viver no centro da cidade", afirmou.
Numa alusão à possibilidade de a Loja do Cidadão ser deslocalizada para o Palácio do Gelo Shopping, Alexandre Azevedo Pinto frisou que a presença massiva na concentração de hoje mostrou ser possível contrariar "inevitabilidades dos grandes interesses económicos que muitas vezes se sobrepõem à vontade dos cidadãos".
"Hoje, podemos estar a dar um contributo muito importante para começar a revitalizar o centro histórico da nossa cidade. Pode ser hoje o ponto de viragem que há muito esperávamos que acontecesse", sublinhou.
No seu entender, "há um compromisso moral, cívico e político para que não exista qualquer tipo de desculpas, hesitações ou recuos" que impeçam o desejo de ver a Loja do Cidadão no centro histórico.
AMF - "RTP"
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