quarta-feira, 4 de março de 2009

Queda fatal no hospital gera polémica


Por: TERESA CARDOSO in "JN"

Esta quarta-feira, de madrugada, um homem caiu do 7.º andar do Hospital de S. Teotónio e morreu. Na mesma noite, um condutor passeou no recinto com uma faca. Sindicato de Enfermeiros Portugueses reclama segurança.

Foram duas situações anómalas ocorridas na mesma noite na unidade hospitalar viseense. Às três horas da manhã, António Rodrigues Marques, de 53 anos, internado há alguns dias nos serviços de Medicina, localizados no 7º andar, caiu de uma janela e estalou-se no solo. Sofreu morte imediata.

Algum tempo antes, a PSP foi chamada ao hospital, por um vigilante em serviço junto à porta principal, para averiguar a presença de um homem no recinto munido de uma arma branca. "Estaria a entrar num carro, com uma mulher, e exibiu a uma transeunte uma faca que trazia junto às calças. A patrulha chegou rapidamente mas não o localizou", disse ao JN o comandante Almeida Campos.

Luís Viegas, relações públicas do Hospital de São Teotónio (HST), desdramatiza o primeiro incidente e afirma desconhecer o segundo "Nada nos foi comunicado", afirmou. Garante que o hospital tem vigilância interna (médicos, enfermeiros e auxiliares) e externa (segurança privada), 24 sobre 24 horas, e nega existir qualquer tipo de insegurança.

O responsável recusou ainda que o HST esteja obrigado a manter fechadas as janelas do edifício para evitar incidentes como o que vitimou um doente internado. "Isto não é uma prisão. Além disso, há sempre pessoal em permanência nos serviços", afirmou Luís Viegas.

Diferente opinião tem Guadalupe Simões, do Sindicato de Enfermeiros Portugueses (SEP), que independentemente do que diz a lei, considera uma questão de "bom senso" ter as janelas inacessíveis, sobretudo em serviços como a Medicina ou Psiquiatria, "por precaução e para prevenir eventuais incidentes".

A dirigente sindical fala no "drama" dos enfermeiros quando se confrontam com acidentes como o que vitimou o utente do HST. "Temos defendido o reforço dos colegas afectos à Medicina e à Psiquiatria e sugerido que estes serviços, face à sua especificidade, funcionem no rés-do-chão para evitar estes casos".

O homem que caiu do 7º andar, residente em Silgueiros, onde é conhecido por "Alberico", foi enterrado ontem à tarde. O presidente da autarquia local, Carlos Coelho, lamenta o sucedido e diz que o HST "não pode lavar as mãos". Mais: "Se a família quiser apresentar queixa, a Junta de Freguesia de Silgueiros garante total apoio jurídico", promete.

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