terça-feira, 22 de setembro de 2009

CONGRESSO “VISEU: 900 ANOS DEPOIS


CONCLUSÕES

Reunido em Viseu, no Teatro Viriato de 16 a 19 de Setembro de 2009, o Congresso “Afonso Henriques – 900 Depois” permitiu retirar as seguintes conclusões:

D. Afonso Henriques nasceu em Viseu, em Agosto de 1109, princípios que obtiveram o consenso da grande maioria dos presentes, excepto de um conferencista que apontou o nascimento do infante para Guimarães, sem que tivesse indicado as suas razões – uma que fosse, um só documento que houvesse e o próprio aduzisse.

Armando de Almeida Fernandes foi a pedra de toque do Congresso e o seu valor intrínseco permitiu que uma série de valores aqui fossem transmitidos. O autor foi considerado por muitos dos congressistas um dos maiores investigadores de todos os tempos.

Agradecimento a todos quantos pela participação e pelas tão variadas matérias que trouxeram ao Congresso, enriqueceram os nossos conhecimentos, permitindo-nos pensar a História como Ciência que conta com o maior número de áreas do saber: da Matemática à Literatura, da Arqueologia à Toponímia, como alguém o disse já: “o documento dos documentos”.

A presença do Exército no nosso Colóquio, do Ex.mo Senhor General Matos Coelho, representante do General Chefe do Estado Maior do Exército, cujas armas, em termos globais, têm por símbolo D. Afonso Henriques, e do Ex.mo Senhor Comandante do Regimento de Infantaria 14, sediado em Viseu, Coronel Rui Moura. Quer o primeiro, o Sr. General Adelino Matos Coelho quer o Senhor Coronel Rui Moura, eles mesmos, apresentaram comunicações, como, aliás, sucedeu, com todos os demais oficiais do Exército presentes.

O interesse revelado pela participação neste Congresso, exige que, para o futuro, se deva acordar com o Ministério da Educação a concessão de créditos para progressão na carreira aos Professores dos ensinos básico e secundário, a fim de estes não sofrerem de qualquer constrangimento quanto à sua presença e aproveitem acontecimentos destes como forma de reciclar e/ou actualizar conhecimentos.

A criação da Sociedade Histórica Afonso Henriques, à falta ou a par de símbolos invocativos da figura do nosso 1.º Rei e da importância inquestionável do mesmo e do facto de Viseu ter sido o seu berço e os paços dos reis de Leão – Ordonho II e Ramiro II e sede de propriedades e poderes de D. Mumadona Dias – e dos pais de D. Afonso Henriques, dadas as ausências de uma Estátua e de uma Alameda condignas que o representasse e o deixasse invocado para todo o sempre nesta cidade, dizíamos que cremos que a dita Sociedade irá contribuir para levar a bom termo a correcção e o preenchimento de graves lacunas como estas. Esta agremiação, tal como ficará gizada, irá permitir a ligação das cidades, vilas e lugares afonsinos, de Astorga, Tui, Badajoz e Zamora a Guimarães, Lamego, Viseu, Leiria, Santarém, Lisboa, Sintra, Palmela, Alcácer do Sal, Jurumenha, Évora e Beja, entre outras.

A convocatória de medievalistas por iniciativa da Senhora Presidente da Academia Portuguesa da História, Prof. Doutora Manuela Mendonça no sentido de:

  • Reunir todos os especialistas em Idade Média, a fim de tomarem uma posição oficial sobre o assunto: D. Afonso Henriques nasceu em Viseu, em Agosto de 1109;
  • Organizar um Colóquio, aliás, já oficialmente anunciado, com convocatória a todos os académicos e convite a outras entidades, subordinado ao tema: “Dr. Armando de Almeida Fernandes”, em parceria com a Fundação Mariana Seixas, em Ranhados, a 20 de Novembro, e a entrega do Prémio “A. de Almeida Fernandes”, 6.ª ed. (2009), a 21 seguinte, nas instalações da referida Instituição, sob a presidência da Senhora Presidente da Academia, do Senhor Presidente de Honra, Prof. Doutor Joaquim Veríssimo Serrão.
    Os três membros da Academia Portuguesa da História que são, simultaneamente elementos do júri do Prémio de História Medieval “A. de Almeida Fernandes”, tudo farão para que, por parte da Academia, conjuntamente com a Fundação citada, não seja esquecido nenhum daqueles pontos acima referidos.

A presença assídua do Ex.mo Senhor Representante da Câmara Municipal de Viseu, Dr. José Moreira Amaral, ultrapassou as suas funções de autarca, para nos demonstrar a verdadeira essência da sua pessoa, demonstrada pelo seu envolvimento intelectual e afectivo: um homem de fé e um homem de valores.

Por: João Silva de Sousa

Comissário-Geral das Comemorações “D. Afonso Henriques: 900 Anos Depois»

Professor do Departamento de História da FCSH da UNL

Académico Correspondente da Academia Portuguesa da História

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