Feira Semanal: o dito pelo não dito
Inauguração do Funicular: adiar com desculpas esfarrapadas
É com redobrada preocupação que assistimos ás declarações do sr. Presidente da Câmara Municipal de Viseu, em mais um final da reunião do executivo municipal.
Mais uma vez, o sr. Presidente anuncia medidas, iniciativas, que não só, não foram apresentadas ou se quer discutidas na reunião, como deveriam, mas sobretudo, por que dá o dito pelo não dito.
Ficámos pois, a saber que a feira semanal já não vai para o Parque Urbano da Radial de Santiago, como também, fomos informados de que o sr. Primeiro-Ministro, a final, já não vem inaugurar o funicular, que deveria ocorrer a 6 de Setembro de 2009.
Convém esclarecer que, em Janeiro de 2007, era anunciado pelo Vice-Presidente da Câmara que, dentro de um mês, se iniciariam as obras de construção do parque da feira semanal, com um custo de 1,872 milhões de euros e que estaria concluído em 150 dias. Tratava-se de uma empreitada de execução do Parque da Feira e equipamento, no âmbito da intervenção do Programa POLIS em Viseu. Obra que se iniciava em Janeiro e que estaria concluída em Junho de 2007. Os viseenses, lembram-se bem dos cartazes que anunciavam esta obra.
Passados que foram mais de dois anos e meio, vem o sr. Presidente da Câmara anunciar, que a final, esta obra já não se destina ao Parque da Feira semanal, mas sim, a um parque de lazer. Como é possível, que decorrida a obra se venha alterar a sua finalidade?
Mais afirmou, que a Feira semanal, ficará no local actual, junto à Escola da Ribeira, onde serão realizados alguns melhoramentos.
A justificação para a permanência da Feira semanal no local onde se realiza, é de que a autarquia ouviu os cidadãos e comerciantes e, de seguida tomou a decisão: fica tudo onde está.
Ora, é contra este casuísmo nas obras, contra a política de gerir por impulsos que estamos contra. Não seria preferível, ao sr. Presidente ouvir antes os viseenses, discutir as soluções com os interessados, apresentar os projectos e com a participação de todos, tomar as decisões mais adequadas?
É um custo elevado, aquele que os viseenses pagam por esta política do “eu posso, quero e mando”.
É um custo elevado, sem benefício algum, que os viseenses pagam, pela gestão política de uma Câmara autista, virada sobre si própria e que não é amiga dos viseenses. Uma Câmara que desconhece o planeamento, que não programa, que não dialoga, que é avessa à participação dos munícipes na tomada de decisões.
Com o funicular, também temos mais um episódio de uma obra telenovela. Anuncia-se a inauguração, não se garante a segurança aos cidadãos para a circulação daquele meio de transporte, procura-se no imediatismo permanente, soluções caras e que não garantem, adia-se a data, marca-se nova data para a inauguração e, depois vem a desculpa esfarrapada, de que afinal o sr. Primeiro-ministro, por motivos de agenda, não pode deslocar-se a Viseu para inaugurar o funicular.
Basta de tanta insolência política no trato com os viseenses!
Reprovamos esta atitude, de permanente desculpabilização, para o falhanço de políticas municipais que não resolvem problemas, antes geram despesa, o que está bem patente, aos olhos de todos, na inutilidade de alguns equipamentos: no Pavilhão Multiusos de utilização sazonal, no Mercado 2 de Maio transformado num não-lugar, na Cava de Viriato num inseguro passeio pedonal, no Rio Pavia cuja poluição e estagnação de águas desvirtua o objectivo do Programa Polis, a requalificação saudável de toda a zona urbana do circuito ribeirinho. Já para não referir a revisão do PDM, que não ata, nem desata, vai para 8 anos.
Finalmente, é com grande preocupação que vemos esta atitude política do sr. Presidente da Câmara, inseguro nas decisões, gerindo sem eficácia, gastando sem se aperceber, previamente, do custo/benefício das acções que por impulso empreende.
1 comentário:
É interessante ver um candidato, deputado do partido do governo criticar num autarca aquilo que o seu governo mais fez.
alguém conhece alguma intervenção deste deputado sobre a governação PS?
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