"Feira Semanal:
A total inversão da lógica
Por: Daniel Nicola
O presidente da Câmara Municipal de Viseu recuou na decisão de transferir a feira semanal para o futuro Parque Urbano da Radial de Santiago, recinto construído há um ano para esse efeito. Segundo o autarca, os viseenses gostaram bastante do novo espaço e como tal irá colocar outro tipo de mobiliário urbano, árvores e iluminação. Afinal Fernando Ruas sempre vai ouvindo as pretensões das pessoas, e ainda bem, porque por este andar, a feira que se realizava antigamente na Praça D. Duarte e Praça da Erva (actual Largo Pintor Gata) ainda acabava daqui a uns anos deslocada para o monte de Santa Luzia! Eleições a quanto obrigas!?Obrigas a 2 milhões de euros, desperdiçados num espaço projectado e concebido para albergar uma feira com as características particulares deste tipo de certames e que agora será transformado num espaço de lazer. É a inversão completa da lógica que deveria reger estas construções: primeiro faz-se a obra, depois logo se vê para que é que serve.Escutasse Fernando Ruas primeiro as populações, evitava-se desde logo que se tentasse transferir a feira para lá da circunvalação, optando antes por requalificar o actual local através da plantação de árvores, pavimentação adequada, demarcação do terreno, construção de novas casas-de-banho, colocação de mais caixotes do lixo, postos de reciclagem e um compactador. E evitava-se porventura também as já anunciadas intervenções no Mercado 21 de Agosto e no Mercado 2 de Maio que poucos anos passados sobre a inauguração, se vêm na necessidade de ser repensados por nunca se terem adequado às funções para as quais estavam destinados, o que de resto sempre foi evidente para a generalidade das pessoas e comerciantes.A democracia participativa não pode ser entendida como um entrave ou um empecilho que esvaziaria de poder as autarquias, tem antes de ser vista como uma forma de envolver as pessoas directamente na construção dos projectos, auscultando as suas reais necessidades, dando aos cidadãos a oportunidade de ter voz naquilo que ditará o futuro da cidade.E isso também passa pela aprovação na Assembleia Municipal de medidas como o Orçamento Participativo ou o alargamento do tempo e do número de intervenções cidadãs, propostas que têm sido chumbadas reiteradamente pela maioria social-democrata. "
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