O deputado do CDS/PP eleito por Viseu, Hélder Amaral, afirmou no sábado que o Governo deve abrir um inquérito para "averiguar rapidamente" as acusações da GNR sobre alterações aos dados dos incêndios e da área ardida, noticia a Agência Lusa.
"Ou o governo, num prazo muito curto, manda abrir um inquérito, investigar e dizer ao país com verdade e na realidade qual é o tamanho da área ardida ou nós temos de concluir que este governo é mentiroso, trapalhão e enganador", declarou à Lusa Hélder Amaral.
No relatório da Guarda Nacional Republicana (GNR) "Operação Floresta Segura 2008", a que a agência Lusa teve acesso, refere-se que dados da área ardida, inscritos no Sistema de Gestão de Informação dos Incêndios Florestais (SGIF), foram alterados em 2007 e 2008 "por desconhecidos". No entanto, a Autoridade Florestal Nacional garante que os relatórios dos fogos são "completamente fiáveis".
Para o deputado democrata-cristão eleito por Viseu, as denúncias da GNR "vêm confirmar suspeitas nunca esclarecidas do que é, de facto, a área ardida, inclusive este ano". Hélder Amaral referiu que há menos de um mês solicitou informações do Governo sobre esta matéria e não as conseguiu.
"Fiquei com sérias dúvidas de qual é de facto a área ardida e qual e a situação hoje do país nesta matéria, entre aquilo que são os números dados da Autoridade Nacional da Protecção Civil e Autoridade Florestal", indicou o deputado.
"A minha intervenção na Comissão das Defesa da Floresta e dos Fogos tem sido sempre a mesma: desejar que o Governo português tenha o maior sucesso no combate aos incêdios. O Governo diz que tem meios técnicos, humanos e operacionais eficazes, mas sabemos que em Julho tinha ardido o dobro do que em igual período do ano passado", acrescentou.
A agência Lusa adianta que o deputado referiu ainda que, este ano, a área ardida "pode ser muito mais". "Se o relatório da GNR diz a verdade, e merece toda a credibilidade, significa que ardeu muito mais".
"Se não houver reposta rápida, a abertura de um inquérito para averiguar rapidamente os factos, para se saber se houve realmente alterações de dados, não podemos acreditar em mais nenhuma palavra que sai da boca governante do Partido Socialista", completou o deputado do CDS-PP, eleito por Viseu.
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