domingo, 14 de fevereiro de 2010

Dia dos Namorados....


São Valentim

e o Dia dos Namorados


Entre nós, o Dia dos Namorados celebra o amor, a paixão entre amantes e a partilha de sentimentos. Todos os anos, no dia 14 de Fevereiro, ocorre a azáfama da troca de chocolates, envio de postais e de oferta de flores. Muitos casais planeiam jantares românticos, noites especiais e fazem planos para surpreender e agradar à sua «cara-metade». Há também quem escolha este dia para se declarar à pessoa amada e também quem avance com pedidos de casamento, imbuído pelo espírito do dia.


A História

O Dia dos Namorados é celebrado naquele que até 1969, era o Dia de São Valentim. No entanto a Igreja Católica decidiu não celebrar os santos cujas origens não são claras. Isto porque até nós chegaram relatos de pelo menos dois Valentim, santos martirizados, directamente relacionados com o dia 14 de Fevereiro.

As raízes deste dia remontam à Roma Antiga e à Lupercália, festa em homenagem a Juno, deusa associada à fertilidade e ao casamento. O festival consistia numa lotaria, onde os rapazes tiravam à sorte de uma caixa, o nome da rapariga que viria a ser a sua companheira durante a duração das festividades, normalmente um mês. A celebração decorreu durante cerca de 800 anos, em Fevereiro, até que em 496 d.c., o Papa Gelásio I decidiu instituir o dia 14 como o dia de São Valentim, para que a a celebração cristã absorvesse o paganismo da data.

A dúvida persiste no entanto, em saber a qual dos santos se refere este dia. Muitos acreditam tratar-se de um padre que desafiou as ordens do imperador romano Claudio II. A lenda diz que o imperador proibiu os casamentos com o argumento de que os rapazes solteiros e sem laços familiares, eram melhores soldados. Valentim terá ignorado as ordens e continuado a fazer casamentos em segredo a jovens que o procuravam. Segundo a lenda, Valentim foi preso e executado no dia 14 de Fevereiro, por volta do ano 270 d.c.

Outra lenda diz que um outro padre católico se recusou a converter à religião de Claudio II, e este mandou prendê-lo. Na prisão, Valentim apaixonou-se pela filha do carcereiro que o visitava regularmente, a quem terá deixado um bilhete assinando: «Do teu valentim» (em inglês, «from your Valentine»), antes da sua execução, também em meados do século III..

Nesta lenda, a conotação do dia e do amor que ele representa não se relaciona tanto com a paixão, mas mais com o «amor cristão» uma vez que ele foi executado e feito mártir pela sua recusa em rejeitar a sua religião.


O Cupido

Quando se fala de amor é inevitável falar do Cupido. Este ser alado de aparência infantil, com asas e lançando flechas directas aos corações dos transeuntes, para que se apaixonem perdidamente, é imprescindível na festa do Dia dos Namorados.

A sua história remonta à Antiguidade Clássica e às mitologias Grega e Romana.

Para os gregos, o seu nome é Eros, o jovem filho de Ares, o deus da guerra, e de Afrodite, a deusa do amor e da beleza. É descrito como «o mais belo dos deuses» por despertar o amor nos mortais, com o seu arco e flechas.

Na Roma Antiga por seu lado, era conhecido como Cupido, tal como lhe chamamos hoje. Os romanos acreditavam que Cupido era filho de Vénus, a deusa da beleza e do amor, e do mensageiro alado dos deuses, Mercúrio.


A Lenda

Diz a lenda que Cupido teve um grande amor, Psyché, e que se dedicou a unir os corações , por ele próprio ter tido grandes dificuldades em consumá-lo com a sua bela mortal.

Por ciúme da beleza de Psyché, Vénus ordenou a Cupido que fizesse com que a jovem se apaixonasse por um monstro feio. Em vez disso, Cupido enamorou-se de Psyché e colocou-a num palácio, onde a visitava regularmente, apenas com uma condição: por ser mortal, a jovem não podia olhar para Cupido.

Também num ataque de ciúmes, as irmão de Psyché convenceram-na a olhar para ele, e esta, curiosa, fê-lo enquanto Cupido dormia. Mas, acordado por uma gota de óleo da lamparina, que caiu no corpo da jovem, ele acordou e castigou-a por o ter desrespeitado.

Sem palácio e sem amante, Psyché procurou Cupido por toda a parte mas só encontrou o templo de Vénus, onde a deusa lhe deu várias tarefas, na promessa de a unir com Cupido.

Psyché cumpriu-as todas com a excepção de uma: numa caixa dada por Vénus, ela deveria guardar alguma da beleza de Perséphone (mulher de Plutão), que se encontrava no mundo dos mortos.

Depois de vários conselhos para não realizar a tarefa e não abrir a caixa, Psyché abriu-a e em vez de entrar a beleza de Perséphone, saiu um sono profundo e mortal que encobriu a jovem.

Quando descobriu o que a sua mãe havia feito, Cupido foi atrás de Psyché, fez uso dos seus poderes e recolocou o «sono mortal» na caixa, trazendo a sua amada de volta à vida, e a quem perdoou.

Comovidos pelas acções e perseverança da jovem, os deuses fizeram dela também uma deusa, para que pudesse passar a eternidade junto do seu amor, Cupido.


A Metáfora

À semelhança de grande parte dos mitos e lendas que chegam até nós, também esta está carregada de simbolismo. Psyché em grego significa borboleta, e a cruzada pela qual a jovem é forçada a passar até se tornar na mais bonita das deusas, representa o percurso da pequena lagarta até se tornar numa borboleta esplendorosa. Em muitas pinturas, Psyché é retratada com grandes asas de borboleta, ao lado de Cupido.

A palavra psyché é também associada à alma. Aqui, o desabrochar da borboleta está ligado à libertação da alma do seu corpo terreno.


O Dia dos Namorados no Mundo

No Brasil, o Dia dos Namorados, ou Dia de São Valentim, é celebrado no dia 12 de Junho, exactamente na véspera do dia de Santo António, o santo casamenteiro.

No entanto, o facto dessa celebração acontecer no meio do mês de Junho nada tem a ver com o santo padroeiro dos casamentos, mas antes com uma acção publicitária no ano de 1949. Nesse ano, o publicitário João Dória, ligado à Agência Standard Propaganda, lançaram a pedido da loja Clipper, uma campanha para melhorar as vendas de Junho, o mês mais fraco. A campanha, com o apoio da Confederação do Comércio de São Paulo, consistiu na mudança do dia de São Valentim para o dia 12 de Junho, com o slogan: “Não é só de beijos que vive o amor”.

A moda pegou, as vendas subiram e a Agência Standard ganhou o prémio de agência publicitária do ano.

No Japão, este dia é celebrado desde 1936 e tal como nós, a 14 de Fevereiro. È costume nesta data, serem as mulheres a declararem o seu amor aos companheiros. De facto, os giri choco ou chocolates de cortesia/obrigação, são já muito populares.

Há no entanto, entre a população nipónica, quem se negue a aderir a estes festejos, alegando que são meramente jogadas comerciais sem grande valor cultural. Não deixam de ter razão, uma vez que a venda de chocolates só neste dia, representa cerca de 20% das vendas anuais de todo o arquipélago.

Os Estados Unidos representam talvez, o expoente máximo da vertente comercial do dia de São Valentim. Nos dias que antecedem esta data, as lojas abastecem-se de cartões, flores e chocolates para que os enamorados possam mimar-se no dia 14 de Fevereiro.

Para os norte-americanos, a grande tradição é mesmo o envio de cartões às suas caras metade. Isto porque foi nos EUA que se assistiu ao grande boom comercial. Em meados do séc. XIX, Esther A. Howland, foi a pioneira desta produção massificada de cartões de S. Valentim, seguindo a tradição vinda de Inglaterra para as colónoas americanas, permitindo que hoje seja essa a forma preferida de manifestar o amor no Dia dos Namorados.

Cerca de 25% de todos os cartões enviados durante o ano são “valentines”, nome dado aos cartões de São Valentim.

Outros países têm as suas formas de celebrar o São Valentim. Em Itália, as pequenas comunidades fazem um grande banquete neste dia.

Na Reino Unido, desde a idade média que podem ser observadas celebrações neste dia. Em Inglaterra, era costume as crianças andarem a cantar de porta em porta vestidas de adultos. Ainda na ilha britânica, desta feita no País de Gales, os apaixonados trocavam presentes como colheres de pau com corações gravados, e chaves e fechaduras simbolizando que um tinha a chave para o coração do outro.

Na Dinamarca, a tradição diz que devem ser enviadas flores prensadas umas às outras.

Grande parte destas tradições conseguiu manter-se inalterada através dos tempos. Outras houveram que desapareceram por completo. Mas, numa época de avanço tecnológico, estranho seria se novas tradições não surgissem. Exemplo disso, são os imensos serviços de envio de SMS, tanto na televisão e rádio como na Internet. E, aqui, o bom é sem dúvida bem maior, multiplicando-se as plataformas de envio de e-cards e e-mails.

No entanto, não se preocupem os mais tradicionais, por muitos avanços que surjam, o chocolate há-de sempre saber bem nesta altura, e esse, não conseguem enviar por, SMS, e-mail ou postal electrónico.


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