Uma criança de cinco anos foi atendida por duas vezes no Hospital de S. Teotónio, em Viseu, sem que lhe diagnosticassem uma apendicite aguda de que sofria. Só depois de ter recorrido a uma clínica particular, é que a criança foi enviada de urgência para o hospital para ser operada. A família pondera apresentar queixa contra o hospital.
No espaço de um mês, esta é a segunda acusação conhecida de negligência médica neste hospital.
A criança, filha de pais emigrantes, vive em Cepões, no concelho de Viseu, na companhia dos avós. No dia 7 deste mês "deu entrada nas urgências com vários sintomas de uma apendicite. Foi internada, passou lá uma noite e após ser sujeita a vários exames acabou por ter alta. No relatório médico apenas dizia que não tinha sintomas alarmantes", conta Marisa Ferreira, a mãe da criança de cinco anos que viajou da Suíça "mal soube" do sucedido.
A criança, filha de pais emigrantes, vive em Cepões, no concelho de Viseu, na companhia dos avós. No dia 7 deste mês "deu entrada nas urgências com vários sintomas de uma apendicite. Foi internada, passou lá uma noite e após ser sujeita a vários exames acabou por ter alta. No relatório médico apenas dizia que não tinha sintomas alarmantes", conta Marisa Ferreira, a mãe da criança de cinco anos que viajou da Suíça "mal soube" do sucedido.
Dos registos de peditaria do hospital de S. Teotónio, a que o DN teve acesso, consta de facto a entrada da criança - no dia 7 a criança consta dos registos da pediatria. Este ficou registado como o episódio de urgência 29015532.
Como "as dores persistiam e a criança continuava a queixar-se, voltou ao hospital dia 17. Foi novamente observada mas teve alta pouco tempo depois", adianta a progenitora. No dia 18 "a criança já mal andava e continuava a queixar-se. Eu estava no estrangeiro e foi a minha sogra quem a levou a uma clínica, privada, porque vomitava, tinha dores, já andava corcunda e não caminhava direita". A médica "mal a viu, diagnosticou uma apendicite aguda e enviou-a com urgência para o hospital de Viseu".
A criança acabou operada na noite do dia 16 e permaneceu no hospital, internada, até à últi- ma quarta-feira. A mãe não esconde a indignação com o sucedido. "Ninguém me explicou nada e continuo sem perceber porque não diagnosticaram um problema comum a tantas crianças." A mãe "por enquanto" apenas "pondera" apresentar queixa.
Porém "se a minha filha não recuperar totalmente irei avançar para os tribunais. Não compreendo como um hospital, central, falha um diagnóstico tão simples", conclui Marisa Ferreira.
Em Julho o Tribunal de Viseu condenou dois cirurgiões, entre os quais o actual presidente do conselho de administração, do hospital a uma pena de seis meses de prisão, substituída por multa de 25 mil euros cada um. Em causa uma negligência médica que o tribunal classificou como homicídio por negligência. Os dois médicos recorreram da decisão e mantêm-se ao serviço.
O DN tentou, sem sucesso, ouvir a direcção do hospital de S. Teotónio.
Há precisamente um ano, o hospital foi acusado por outro caso de suposta negligência. Na altura, uma mulher grávida deslocou-se por duas vezes à urgência queixando-se de dores e sinais de parto. Das duas vezes foi mandada embora e só à terceira foi atendida na obstetrícia para realizar o parto. A criança nasceu morta e os familiares decidiram mesmo processar o hospital.
Por: Amadeu Araújo in "DN"
2 comentários:
Aquilo é "meio" matadouro...
na minha opinião para além de não nos tratarem e somos feitos de estúpidos, está na hora dos visiensenses exigirem cuidados de saúde com mais qualidade. Existem dois hospitais onde podem obter uma segunda opinião 8coimbra e Aveiro) assim como ir à espanha.
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