quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

opinião



POR: António Almeida Henriques*

Assumir os compromissos
Auto-estrada Viseu Coimbra



Numa semana conturbada, em que o Governo estica a corda em relação à questão das finanças regionais, o debate em Viseu foi marcado pela questão da construção ou não da auto-estrada Viseu Coimbra, resultado da entrevista do Ministro das Finanças que dizia ficarem na gaveta todas as obras que estavam para serem lançadas, em matéria de novas concessões rodoviárias.

Recorde-se que esta concessão, auto-estradas do Centro, viu o seu concurso anulado no Verão, novo concurso lançado em plenas eleições autárquicas e, até agora, com três adiamentos.

Por outro lado, a distância de 70 kms que nos separam de Coimbra a que se somam mais 30 kms para concluir o IC12, entre Mangualde e Canas de Senhorim, foram transformados em 400 kms de novas construções e reparações, complicando o que seria simples, lançar o concurso de uma via fundamental para Viseu que será auto sustentável e que se pagará com as portagens, o Governo complicou o que era simples.

Ao longo de cinco longos anos, o Governo andou a brincar com os viseenses, há obras que não serão necessárias mas, a ligação em auto-estrada entre Viseu e Coimbra merece o consenso de todos, é uma urgência, há que lançá-la de imediato, em nome do nosso desenvolvimento e para evitar a perda de mais vidas; com estes atrasos, a correr bem a adjudicação, nem para o final de 2014 estará concluída.

O Sr. Ministro das Obras Públicas veio tranquilizar-nos, " dizendo que a "concessão rodoviária auto-estradas do Centro está em fase final de concurso".
Ver para crer, com diz S. Tomé, já são tantas mentiras, afirmações e contradições, agora é que é, ... Já só acreditamos quando se iniciar!...

Por outro lado, ainda não ouvi da boca do Ministro das Finanças idêntica afirmação, na primeira oportunidade não deixarei de o confrontar, confesso que me sinto muito céptico.



E tenho razões para isso, senão vejamos:



Portagens na A25 e A24?


Outra polémica são as portagens, a certeza de que nas SCUT Costa de Prata, Grande Porto e Norte Litoral, vão passar a existir; nas restantes, diz o Ministro das Obras Públicas que "vão ser feitos estudos para determinar a viabilidade, o momento e as condições", diria que é uma questão de tempo!
Sempre quero ver qual vai ser a reacção dos responsáveis socialistas de Viseu, com o Secretário de Estado do Poder Local à cabeça e o Sr. Governador Civil, e também o ex Governador Civil.
Pela minha parte, mantenho a coerência que sempre tive, só deve haver portagem para os residentes se existir via alternativa.
Na ligação Viseu Coimbra, haverá uma auto- estrada nova e mantém-se o IP3, há uma alternativa; na A25 (Aveiro, Viseu, Guarda Vilar Formoso) e na A24 ( Viseu, Lamego), não existe alternativa, pelo que tem de ser gratuita para os residentes, era já a posição que defendia quando o PSD no Governo estudava esta possibilidade.
O PS, pela voz dos seus responsáveis distritais dizia, “com o PS não há portagens na A24 e na A25”, a ver vamos!
Sempre quero ver a coerência.



Nova estrada Viseu Sátão



Por último, dou a conhecer a resposta que obtivea uma Pergunta ao Governo efectuada no inicio de Dezembro de 2009, sobre as obras da EN 229 ( Viseu- Sátão) e a nova via a construir.

As perguntas que efectuei foram:

1) “Como pretende o Governo resolver a questão do novo acesso rodoviário entre Viseu e Sátão, qual o traçado e solução?”

2) “Cronograma financeiro, projecto e lançamento da obra?”

Vejamos a resposta, “o estudo prévio se encontra em fase de conclusão, devendo o mesmo ser, em seguida, submetido a Avaliação de Impacto Ambiental(AIA) que determinará qual o traçado a ser desenvolvido…” “No âmbito deste estudo, serão estimados os volumes de tráfego que se prevêem para a nova via…”.

Primeira conclusão a tirar, com as obras em curso na ligação Viseu Sátão, o Sátão ficará mais longe, o traçado que está a ser feito, com características urbanas, só provocará um trânsito mais lento, logo não é a solução de futuro que é necessária e que foi prometida pelo governo, que retirou 3 milhões de euros e simplificou a actual obra dizendo que ia avançar com uma nova via com traçado de auto-estrada..

Com as explicações que transcrevo, ficamos sem saber qual vai ser a opção quanto ao traçado e número de faixas.

Um resposta redonda que não diz nada.

Para já não falar da forma como as obras estão a decorrer e as soluções que estão a adoptar!

Entretanto, os Deputados do PS comportam-se como se fossem da oposição, como se não fossem governo, efectuando um requerimento ao Governo onde repudiam a forma como as obras estão a decorrer e perguntando se a opção da nova via será com duas ou quatro faixas, procurando sacudir a água do capote.

A função de um Deputado que suporta o Governo é efectuar o lobby legitimo a favor da sua terra, não fazer coro com os outros como se não tivesse qualquer responsabilidade.

Três exemplos para meditar!


*Deputado Assembleia República
ahenriques@psd.parlamento.pt
http://wwwahenriques.blogspot.com



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