Estava-se em 1973, quando um grupo de jovens entusiastas pelo fenómeno automóvel, dava início a um programa na Rádio Altitude da Guarda. Vivia-se em plena crise do primeiro choque petrolífero, mas isso não foi suficiente para desanimar os autores de um programa que começou por ter 13 minutos de duração, sendo emito às terças e quintas-feiras. Luís Celínio foi o mentor da ideia a que se associou Francisco Rodrigues Carvalho (hoje um veterano jornalista da Rádio Altitude) e em conjunto, deram voz ao Escape Livre, durante quase um ano. Mais tarde, Carlos Bento, Luís Ribeirinho e Mário Sucena (já desaparecido) juntaram-se à equipa.
Em 1977, o programa passou a ser emitido à quinta-feira, tendo então a duração de uma hora, tal como ainda hoje acontece. A equipa sofreu algumas alterações e até aos anos 90 foi conduzida por Isabel Coelho, Carlos Bento e Mário Sucena, para além do próprio Luís Celínio. Competição, Segurança e Indústria Automóvel eram (já então) os três vectores fundamentais pelos quais se regia a linha programática do Escape Livre. Ainda sem idade para ter carta de condução, os responsáveis pelo programa fizeram o primeiro ensaio de um automóvel logo em 1973. Um Fiat 126 cedido pelo concessionário, Lúcio Romão e Hrds., que teve também que ceder o motorista! Seguiu-se um Renault 5, experimentado directamente na fábrica das então Indústrias Lusitanas Renault, sedeada na Guarda.
Aliás, uma visita semanal a esta unidade fabril proporcionada aos ouvintes foi uma das actividades organizadas pelo Escape Livre, em paralelo com a realização do programa e a par das sessões de cinema sobre automóveis e campanhas de segurança (a primeira das quais levada a efeito logo no primeiro ano de emissões).
Já reconhecido no meio não tardaram a surgir os primeiros convites das marcas automóveis ao Escape Livre para ensaios e apresentações dos novos produtos. A condução de um Citroën GS em apenas três rodas, o ensaio do primeiro camião pesado (um Ford Cargo) ou a vitória em Itália, no “Mobil Economy Run”, foram outros momentos altos de um passado rico em histórias.
Em termos desportivos, a equipa do Escape Livre “desdobrava-se” para poder acompanhar os ralis e a velocidade, não só em Portugal, como no estrangeiro. Os tempos eram outros e muitas vezes ia-se de comboio para as provas e o regresso era feito em cima da hora de ir para as aulas, depois de se ter estado horas à espera de conseguir fazer uma ligação telefónica para a reportagem entrar…!
Um passado de muito trabalho, muita dedicação, mas igualmente de muita recompensa profissional justifica a continuação do projecto. Afinal, a uma rádio de características únicas e com 60 anos, o Escape Livre acrescenta a credibilidade e a notoriedade de um programa com uma história de mais de três décadas de sucesso.
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